Produtores assinam contratos para financiar energia renovável durante o Show Rural

Programa do Governo do Paraná atrai interesse no evento, em Cascavel.

O uso de energias renováveis está atraindo a atenção de produtores que visitam o Show Rural Coopavel, em Cascavel. Nesta quinta-feira (10) mais de 200 pessoas participaram de uma reunião no espaço do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná- Iapar-Emater (IDR-Paraná) para conhecer detalhes do programa RenovaPR, do Governo do Estado, que incentiva o uso de energia renováveis no campo.

No encontro, o Banco do Brasil informou que deve finalizar a assinatura de 40 projetos de financiamento de energias renováveis em apoio ao programa. Osmar Manfredi, de Dois Vizinhos, assinou um contrato no valor de R$ 412.476,26, para a implantação de um sistema de energia fotovoltaica em sua propriedade. Ele representou os inúmeros produtores do Sudoeste e Oeste que, até o término do Show Rural, devem finalizar os trâmites para obter financiamento para seus projetos de energia renovável.

O produtor tem quatro aviários e pretende dobrar o número de barracões com aves, o que o levou a buscar uma alternativa para diminuir as despesas com energia. Por meio do convênio do Banco do Brasil, Banco do Agricultor Paranaense e a Fomento Paraná, o produtor terá subvenção da taxa de juros do projeto, com recursos do Fundo de Desenvolvimento Econômico.

Na solenidade de assinatura do contrato, o secretário estadual da Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara, lembrou que todas as atividades pecuárias (suinocultura, avicultura, piscicultura ou pecuária leiteira) exigem energia de qualidade.

"Estávamos sendo irracionais, do ponto de vista econômico, desperdiçando boas fontes de energia", ressaltou o secretário. De acordo com Ortigara, quando Itaipu e Copel mapearam o potencial de geração de energia solar no Paraná e a partir da criação de equipamentos adaptados para usar o biogás, o uso de energias renováveis se mostrou uma alternativa viável para os produtores.

"Decidimos intervir nesse processo, no custo do dinheiro mesmo. O governo estadual está pagando os juros de financiamentos de até R$ 500 mil para placas solares e R$ 1,5 milhão para a instalação de biodigestores”, explicou Ortigara.

Segundo ele, como as placas importadas não cabem no crédito rural, desde a última sexta-feira (04) o governo passou a admitir também a possibilidade de financiar essas placas com recursos dos bancos, com o limite de 5% de juros e o restante subsidiado pelo governo.

O secretário destacou a vantagem econômica do programa. Ele acrescentou que o produtor que tem até quatro aviários gasta entre R$ 6 mil e R$ 8 mil com energia elétrica. "Com a instalação da energia solar a despesa cai, de imediato, para a taxa mínima de uso da rede da Copel. Em menos de quatro anos o investimento se paga para a energia solar e um pouco mais para o biogás", disse o secretário.

RENOVAPR – O programa RenovaPR tem um espaço destacado no Show Rural Coopavel. São 150 metros quadrados junto à área do IDR-PR destinados a demonstrar alternativas de energias renováveis como a energia solar, energia do biogás e biometano, bem como a energia eólica.

Segundo Herlon Goelzer de Almeida, coordenador estadual do  RenovaPR, o programa oferece alternativas que podem reduzir em até 95% a fatura de energia dos produtores e agroindústrias.

No espaço do RenovaPR, os visitantes podem ver um conjunto de placas fotovoltaicas, com energia solar funcionando, gerando energia e movimentando equipamentos em tempo real. Em colaboração com o Cibiogás, os extensionistas estão mostrando também a geração e uso do biogás com filtragem, para a obtenção do biometano, combustível equivalente ao Gás Natural Veicular (GNV).

"Esse gás dá autonomia de transporte e mobilidade aos produtores e agroindústrias", afirmou Almeida. Um trator da New Holland movido a biometano está no espaço para mostrar a sua viabilidade nas propriedades rurais.

ENERGIA DO VENTO – Outra atração é o gerador eólico instalado no espaço do RenovaPR. O equipamento é 100% paranaense e foi criado pela Hotek Tecnologia e Inovação. O gerador tem 23 metros de altura, ao contrário dos 50 metros dos equipamentos convencionais, e pode ter uso rural ou urbano, gerando energia 24 horas por dia.

O Hotek utiliza tecnologia de duto aerodinâmico ao invés de pás. Tem baixo valor de implantação, proporcionando rápido retorno do investimento, entre 24 e 36 meses, e a energia excedente pode ser revertida em crédito de energia junto à concessionária.

O design do equipamento não entra em conflito com a paisagem natural. Segundo os fabricantes, o gerador pode ser instalado em diversas situações, necessitando apenas de liberdade para  receber o vento.

Como o equipamento tem moldura circular a aerodinâmica elimina o ruído das hélices e desvia a trajetória de aves em revoada. A área de ocupação de solo do gerador equivale a uma vaga de automóvel de passeio em um estacionamento.

Fonte: Governo do Paraná

Foto: IDR

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