As lições do mercado de fertilizantes em 2021

Por Thiago Queiroz Pedroso

Momentos bons proporcionam alegrias e momentos de adversidade proporcionam experiência, em todas as ocasiões aprendemos e em 2021 não foi diferente! Vivenciamos mais um ano de muitas incertezas em todos os âmbitos da sociedade, porém no campo, o período foi marcado por muito trabalho e incremento de tecnologias por parte dos agricultores. Estimulados principalmente pelos bons preços das commodities agrícolas e pelo aumento da área plantada, houve um crescimento do mercado de fertilizantes especiais.

Segundo a Associação Brasileira de Tecnologia em Nutrição Vegetal (Abisolo), o mercado de fertilizantes especiais segue aquecido. Em 2020, por exemplo, mesmo diante dos desafios impostos pela pandemia, o segmento registrou um faturamento superior a R$ 10 bilhões, o que representa uma elevação de 41,8% em relação aos R$ 7,1 bilhões obtidos em 2019, para 2021 a expectativa era 24% de crescimento. Estes dados comprovam que o setor e o agronegócio brasileiro ganharam expressão durante a pandemia, o que reforçou no País uma figura protagonista para alimentação da população mundial.

Assim, podemos perceber que nos dois últimos anos o agricultor vem investindo mais em seu negócio e o segmento de fertilizantes é um dos que mais ganha destaque pelas taxas de adoção e incremento de tecnologias. Neste cenário de investimentos, temos o dever de consolidar o segmento de nutrição, desmistificando as incertezas do quanto o uso das tecnologias pode agregar para altos rendimentos agrícolas.

O desafio, portanto, é aproveitar que o produtor está mais comprador e simpático à ideia de aumento de tecnologias na fazenda, para que possamos apresentar soluções realmente inovadoras e que confirmem altos rendimentos para que mesmo em momentos de baixas ele entenda que deixar de investir irá potencializar suas perdas. Ou seja, o seu manejo deve ser sempre com produtos de alta excelência focando em altas produtividades com o melhor custo benefício. No caso da DVA, as soluções são compostas por produtos que permitem a ativação da planta com objetivo de nutri-la e ativá-la fisiologicamente a responder às condições bióticas e abióticas, resultando assim na expressão do potencial genético das plantas. Traduzindo, estamos vivenciando um grande momento para aplicação de tecnologias na agricultura com objetivo de agregar maior rentabilidade ao agricultor.

Neste cenário a DVA tem um posicionamento claro e embasado tecnicamente das nossas soluções ao agricultor, focando na rentabilidade e segurança a este com um time de profissionais preparados para o atendimento a campo. Mais do que isto, também pensamos no risco da atividade do agricultor e nosso pensamento é de participar do risco que sua atividade exige. Hoje temos uma proposta diferenciada para a cultura do café, por exemplo, que é participar do risco junto com o cafeicultor, pensamento diferente de como o mercado atua, pois querem participar dos ganhos, mas não quando o produtor sofre com alguma condição extrema climática.

Portanto, além do nosso portfólio como solução hoje oferecemos o seguro aliado ao nosso programa de uso, o que divide o risco caso a lavoura seja afetada. Acreditamos que assim, para um ano que será de muitas incertezas ao produtor rural devemos compartilhar do risco de sucesso ou insucesso de sua atividade. Outro fator que nos permite uma diferenciação é que a DVA, atualmente, tem acesso prioritário e direto com os principais países fornecedores de matérias primas e insumos agrícolas através de escritórios locais, o que gera uma maior confiança e domínio para obtermos o produto final a disposição do agricultor no tempo correto de uso em campo, gargalo este que muitos agricultores sentiram na falta ou demora na entrega de produtos durante a safra 21/22. Além disto hoje nossa linha de fertilizantes especiais tem baixa dependência de fontes convencionais de Nitrogênio, Fósforo e Potássio o que nos coloca em uma posição diferenciada de disponibilidade de produtos e menor sensibilidade às altas destes nutrientes no setor.

Outro ponto importante, é que temos um time em Pesquisa e Desenvolvimento com capacidade para responder de forma muito rápida as necessidades do mercado, gerando alternativas caso sejam necessárias. Temos um portfólio completo para as culturas brasileiras com efeito nutricional aliado ao efeito bioestimulantes, além de soluções de biocontrole, com formulações próprias.

Comportamento do mercado

Quando ocorre aumentos de custo de reposição como aconteceu nos últimos meses, já refletindo novos preços de insumos para próxima safra, não é um ambiente positivo para a cadeia, pois gera uma maior exposição e achatamento das margens de todos compreendidos nela, desde a indústria até o agricultor, ou seja, reduz a rentabilidade de todos. Para o produtor isto é ainda pior, pois ele inicia sua safra com custo de produção mais alto em referência à safra anterior e com pouca liquidez para seu produto final, por fim ainda temos o risco da atividade em si: uma empresa a céu aberto.

A pandemia proporcionou restrições nas ofertas de matérias primas e insumos propriamente dito, que já influenciaram e refletiram no aumento de custos de produção. Além disso, não temos ainda uma visão clara do fim deste período, até porque teremos ainda em 2022 eleições no Brasil que afeta a estabilidade política com reflexo no agronegócio, devido às oscilações na cotação do dólar e taxas de juros. Sendo assim, será muito importante o bom planejamento do agricultor buscando os melhores parceiros, no sentido de garantirem a oferta dos insumos para que estes enfim possam conduzir suas lavouras e planejamento de compra, para que consigam maximizar sua rentabilidade.

Planejamento 2022

Os primeiros sinais em 2022 reforçam as grandes adversidades e dificuldades que os agricultores enfrentam anualmente. Estou me referindo às adversidades climáticas, pois temos seca na região Sul do País e ao mesmo tempo excesso de chuvas em Minas Gerais e parte do Espírito Santo, Tocantins e Bahia. Além disto, temos eleições como já citado, que afetarão os preços das commodities agrícolas e a certeza de iniciar uma safra 2022/23 com custos de insumos mais elevados do que a safra anterior e ainda uma pandemia não resolvida quanto a seus gargalos em ofertas de insumos e matérias primas.

O momento de grande instabilidade, gera no mesmo instante uma oportunidade do Brasil se apropriar da imagem e consolidar como um país capaz de alimentar boa parte da população mundial com diversas culturas. Isso claro, sendo produzidas com responsabilidade o que pode garantir ao agricultor boa liquidez em seu produto e rentabilidade em seu negócio.

Nossa visão para 2022, não é de uma recuperação plena do fornecimento de insumos, o que implica em dizer que ainda podemos ter momentos de alta complexidade, como aconteceu no final de 2019 com a falta de embalagens, principalmente papelão. Novamente será exigido de todos um bom planejamento de compra e alianças estratégicas para garantir o fornecimento.

Portanto sou um entusiasta em falar do agronegócio brasileiro e acredito que se tem um local no mundo onde os produtores podem ser protagonistas este local se chama: Brasil. Entendo que devemos nos apropriar desta imagem, de um país agrícola capaz de alimentar o mundo de forma sustentável e garantir que os agricultores aproveitem para manterem os preços de vendas de seus alimentos e garantir sua rentabilidade! 

*Thiago Queiroz Pedroso é Engenheiro agrônomo e Commercial Manager Brazil da DVA

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