Compra por meio da modalidade garante vantagens como ausência de juros. Setor apresentou crescimento em 2021, alavancado pelo agronegócio.
A maior parte do transporte de carga no Brasil é feita por estradas e rodovias ‒ 67%, de acordo com o Plano Nacional de Logística (PNL), do governo federal. Contar com uma frota nova pode garantir segurança, eficiência e produtividade nesse tipo de operação e o consórcio tem se mostrado uma opção atrativa entre as modalidades de compra disponíveis no mercado para a aquisição de veículos pesados.
De acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários (Anfir), de janeiro a novembro de 2021, foram emplacadas 147.740 unidades no país, um crescimento de 35,67% em relação ao mesmo período de 2020. A forte demanda foi alavancada, em boa parte, pela performance do agronegócio.
A expansão gerou impacto positivo no setor de consórcio. Dados da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC) mostram que, de janeiro a novembro de 2021, as vendas de novas cotas no segmento de veículos pesados – que inclui caminhões, ônibus, semirreboques, tratores, implementos agrícolas e rodoviários – subiram 62,5% em comparação a 2020. O volume de créditos comercializados cresceu 78% na mesma base de comparação, chegando a R$ 34,47 bilhões.
O Consórcio Librelato, administrado pela Ademicon, comercializou mais de R$ 273 milhões em créditos em 2021. A meta para 2022 é elevar o valor em 16%, chegando em R$ 322 milhões em créditos vendidos.
"Por meio do consórcio, o cliente consegue se programar e adquirir o produto com uma condição muito melhor, sem pagar juros e com taxa de administração de cerca de 0,14% ao mês", explica Manuel Bernardo, gerente comercial do Consórcio Librelato, que possui grupos com prazos de até 100 meses e créditos que variam de R$ 84 mil a R$ 336 mil.
Frota antiga
Ao considerar o desgaste natural provocado pelo uso e os gastos com manutenção, especialistas dizem que o ideal é fazer a renovação dos veículos de forma regular em um período entre cinco e oito anos. Além das questões de segurança e produtividade, ter uma frota nova significa investir em produtos tecnologicamente atualizados, que podem trazer vantagens, como o consumo mais eficiente de combustível.
Apesar desses indicativos, a idade média dos caminhões em circulação no Brasil é de 11 anos e dez meses, segundo dados da edição 2021 do Relatório da Frota Circulante, produzido pelo Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças). "Esse é um dos motivos que nos levam a acreditar que as vendas do setor de implementos rodoviários vão estar aquecidas em 2022. Existe uma grande quantidade de carretas e caminhões que precisam ser renovados. A frota brasileira é antiga, então, a troca será necessária, não tem como fugir disso", avalia Bernardo.