No ano, cerca de 35% de toda a energia consumida no país foi negociada no mercado livre; Associadas da Abraceel representam 78% desse mercado.
Em 2021, a Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel) deu as boas-vindas para 10 novas empresas, chegando ao número de 106 associadas, que somadas respondem por 78% do volume comercializado dentro do mercado livre de energia. O número de comercializadores no País também subiu, de 389 para 451 em 2021, passando a fornecer 65% de toda a energia transacionada no Mercado Livre e 39% de toda a energia transacionada no País.
Segundo dados da Associação, o consumo no mercado livre de energia cresceu cerca de 6,1% nos últimos 12 meses, chegando a 35% de toda a energia consumida no país. Nesse período, 5.412 novas unidades consumidoras migraram para esse sistema, representando um aumento de 26%. A indústria continua responsável por 85% do consumo no mercado livre, com destaque para os setores de Saneamento e Serviços, que aumentaram seu consumo de energia livre em 20,3% e 18% respectivamente.
A Abraceel destaca ainda que cerca de 50% do total de energia gerada por fontes 'limpas' foi negociado dentro do mercado livre, representando um crescimento de 30% nos últimos 12 meses. "O modelo de comercialização do mercado livre gera incentivo para fontes alternativas de geração, em especial diante da crise hídrica que o mercado enfrenta. No momento, cerca de 35% do consumo do Mercado Livre vem de eólicas, biomassa, PCHs e solar. A possibilidade de fazer essa escolha dá ao consumidor mais segurança, por não depender exclusivamente das hidrelétricas", explica o Alexandre Lopes, vice-presidente de energia da Abraceel.
A crise hídrica foi um dos fatores que mais impactou o mercado de energia em 2021, aumentando custos de geração e inflando as tarifas do mercado regulado. Mesmo nesse contexto, os consumidores livres pouparam até 47% nos custos de energia. A tarifa de energia média das distribuidoras ficou em 332 R$/MWh em novembro de 2021, enquanto o preço de longo prazo do Mercado Livre ficou em uma média de 177 R$/MWh.
Atualmente, para ser um Consumidor Livre -- aquele estabelecimento que pode escolher sua energia proveniente de qualquer fonte de geração - a exigência é possuir no mínimo 1.500 kW de demanda contratada por mês, sendo esse requisito reduzido para 500 kW no caso de aquisição de energia de fontes renováveis de pequeno porte. Este valor será reduzido para 1.000 kW a partir 1º de janeiro de 2022, ampliando ainda mais o público a ser beneficiado com a Livre escolha da fonte. Em 1º de janeiro de 2023 a taxa deve cair para 500 kW.