Avanço de onda verde na política da Europa indica tendência de debate sobre clima e meio ambiente nas eleições do Brasil

Braço local da causa ecológica, Partido Verde do Estado de São Paulo prevê que brasileiros mostrarão na urna desejo de que líderes priorizem pauta sustentável

O fortalecimento dos partidos verdes na Europa, impulsionado pela crescente preocupação com a crise climática e o meio ambiente, acelera a tendência de que o assunto ganhe cada vez mais espaço no debate político internacional – especialmente no Brasil, que tem perdido credibilidade mundo afora pela forma como o governo federal tem conduzido a agenda ambiental.

Com a visão de que o desenvolvimento sustentável é peça-chave na tomada de decisões políticas, representantes do Partido Verde Europeu conquistaram maior protagonismo na Alemanha, o país mais populoso da União Europeia. Lá, "Os Verdes", que representam a bandeira ecológica, fazem parte do novo governo do chanceler Olaf Scholz, que tomou posse em dezembro.

O vice-chanceler e cinco dos 16 ministros são de "Os Verdes". A onda sustentável assumiu o ministério da Economia e Energia; do Exterior; da Família; do Meio Ambiente, Proteção Ambiental, Segurança Nuclear e Proteção ao Consumidor; e da Agricultura – área estratégica para um planeta mais sustentável.

O resultado disso é a promessa de uma política climática ambiciosa, que inclui fazer com que 80% da energia elétrica consumida venha de energias renováveis em uma década e levar 15 milhões de veículos elétricos às ruas do país até 2030. Além disso, com mais de 30 braços nacionais, o Partido Verde Europeu já é a quarta maior bancada no Parlamento Europeu.

No Brasil, o Partido Verde (PV) é o representante dessa família política internacional e trabalha na urgente busca por novos caminhos para os problemas do planeta. Em São Paulo, o diretório estadual acredita que os brasileiros também estão acordando para o tema e que, na eleição de 2022, a população terá um olhar mais atento para a causa.

É o que aponta pesquisa feita pelo Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec) neste ano, na cidade de São Paulo. Segundo o estudo, que mapeou o conhecimento e a preocupação dos moradores com relação a problemas no meio ambiente, 62% dos entrevistados estão muito preocupados com aquecimento global ou mudanças climáticas. Para 80%, os governos municipais e estaduais têm muita responsabilidade na busca de soluções para os problemas ambientais da capital.

"Esperamos que a preocupação dos paulistanos com o meio ambiente reflita nas urnas nas próximas eleições. Precisamos de ativistas e ambientalistas nas Câmaras Municipais, Assembleias Legislativas e Câmara Federal para que os acordos internacionais saiam do papel e virem, de fato, políticas públicas efetivas", afirma a ativista e vice-presidente do PV São Paulo, Monica Buava.

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