Agronegócio de São Paulo foi mais forte do que todas as crises, diz FAESP

Agronegócio de São Paulo foi
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Pandemia, geadas, frio Intenso, incêndios e problemas hidroenergéticos não barraram crescimento da agropecuária paulista e de suas exportações.

Fábio de Salles Meirelles, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (FAESP), enfatiza a resiliência e capacidade de superação dos produtores rurais paulistas, num cenário de imensa dificuldade. "Os obstáculos enfrentados, porém, não impediram que o setor crescesse 13,1% de janeiro a setembro de 2021 em relação aos primeiros nove meses do ano passado", salienta.
 

Resultados positivos também se observam no comércio exterior: no acumulado de janeiro a outubro, o valor das exportações do agro de São Paulo foi de U$S 15,87 bilhões, significando aumento de 10% na comparação com o mesmo período de 2020. As importações cresceram 10,4%, somando US$ 3,72 bilhões. O superávit setorial, portanto, foi de 12,15 bilhões, montante 9,9% maior do que o registrado nos dez primeiros meses de 2020. O mês de outubro de 2021 apresentou, isoladamente, saldo positivo de US$ 1,06 bilhão. De janeiro a outubro, o agronegócio representou 36,3% do total exportado e 6,7% das importações totais do Estado.
 

Fábio de Salles Meirelles

"Os dados sobre produção e comércio exterior, os mais atualizados do Instituto de Economia Agrícola (IEA-APTA) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, demonstram com absoluta clareza a importância do agronegócio para a economia paulista, a segurança alimentar, o abastecimento de biocombustíveis e o suprimento de commodities", frisa Meirelles, acrescentando: "Aliás, os produtores rurais de nosso Estado também têm participação relevante, de cerca de 20%, no total nacional do setor".

Ainda segundo os dados divulgados em dezembro pelo IEA, dentre os principais grupos de produtos exportados pelo agro paulista, o complexo sucroalcooleiro continua sendo o mais representativo, com US$ 5,42 bilhões (34% do total do setor), seguido pela soja (US$ 2,31 bilhões) e carnes (US$ 2,18). O grupo de sucos (US$1,34 bilhão) e os produtos florestais (US$1,33 bilhão) fecham a lista dos cinco maiores, cujo agregado correspondeu a 79,2% do total exportado pelo agro paulista de janeiro a outubro. Quanto às variações observadas, o complexo soja, com 21,5%, sucos (18,4%) e carnes (16,6%) apresentaram maiores aumentos nas vendas externas.
 

O presidente da FAESP observa que dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), referentes ao terceiro levantamento da safra de grãos 2021/2022, divulgados em dezembro, corroboram a força do agro paulista. A previsão de recuperação da safra de São Paulo mantém-se. É estimado crescimento de 3,9% na área plantada, totalizando 2,49 milhões de hectares. O ganho de 13,9% em produtividade, estimada em 4.113 kg/ha, deve contribuir para o incremento de 18,3% na produção, avaliada neste último levantamento em 10,25 milhões de toneladas.
 

Os cultivos de primeira safra seguem avançando. As lavouras de amendoim, arroz, feijão e soja já foram semeadas, e mais da metade das de algodão estão implantadas. A área em cultivo de algodão no estado é estimada em 5,4 mil hectares, apontando para um aumento de 14,9% em comparação à safra anterior. A produção de caroço é avaliada em 13,3 mil toneladas, contra as 11,4 mil toneladas do último ciclo (+16,7%).
 

Nesta temporada, a área cultivada com amendoim primeira safra deverá ser 12% superior à da última temporada, totalizando 168 mil hectares. Com isso, o mesmo incremento é esperado para a produção, que deve somar 621,6 mil toneladas. Para o milho, a expectativa é de que sejam produzidas 1,84 milhão de toneladas, enquanto para o feijão, 110,2 mil toneladas. Por outro lado, a previsão de colheita para a soja é ainda mais positiva que na última temporada. A safra 2021/22 deve alcançar 4,49 milhões de toneladas de soja, contra as 4,29 milhões de toneladas recordes do ciclo passado, indicando aumento de 4,6% frente aos resultados anteriores. 

Protagonista do PIB

Os dados mais atualizados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, mostram que o PIB do agronegócio de São Paulo avançou 8,27% em 2020, em plena pandemia. "Trata-se do maior crescimento desde 2010, quando o aumento foi de 12,17%", ressalta Meirelles. Com isso, no ano passado, o agronegócio paulista representou 14% do PIB do estado, sendo esta a maior participação da série histórica, iniciada em 2008. Tal fomento abrangeu a pecuária e a agricultura. "São mais números consistentes reiterando a força, competência e capacidade de superação dos nossos produtores rurais", acentua.

O Estado de São Paulo tem um moderno sistema agroindustrial, sendo o maior do Brasil e um dos mais expressivos do mundo. Possui um território de 24,8 milhões de hectares de clima tropical, solo fértil e água abundante, no qual 8,8 milhões (35,55%) são utilizados pela agricultura e 4,6 milhões (18,6%) por pastos.
 

O capital humano altamente qualificado faz com que o Estado concentre 50% das agritechs, startups ligadas ao agronegócio - brasileiras. A tecnologia desenvolvida no estado permite que sua produção rural tenha alto desempenho em diversas culturas agrícolas.
 

Alguns indicadores reforçam o significado da relevância do agro de São Paulo: responsável por cerca de 47% da produção brasileira, o Estado é o maior produtor mundial de etanol de cana-de-açúcar. O interior paulista é o maior produtor mundial de suco de laranja, respondendo por mais da metade do total mundial. De cada 10 copos consumidos no planeta, cerca de seis são de origem paulista.

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