Especialistas lançam a primeira coalizão independente de hidrogênio

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Grupo alerta para dependência excessiva do hidrogênio em planos governamentais de descarbonização da economia

Um grupo de cientistas, acadêmicos e engenheiros especializados lança hoje (9/11) a primeira coalizão independente no mundo sobre o papel do hidrogênio na transição energética.

Segundo a iniciativa, os membros da coalizão oferecerão sua experiência aos meios de comunicação e aos formuladores de políticas para trazer provas concretas de volta ao debate sobre o hidrogênio, livres de preconceitos da indústria. Isto será feito principalmente por meio de briefings, acesso a dados e eventos voltados à imprensa.

"Os formuladores de políticas no Reino Unido e na UE estão fazendo grandes apostas no papel do hidrogênio na transição energética. Embora o hidrogênio tenha um papel importante a desempenhar, estamos preocupados que uma dependência excessiva do hidrogênio atrasará as soluções existentes, mais baratas e escaláveis, como a eletrificação" disse David Cebon, Professor de Engenharia Mecânica na Universidade de Cambridge, Inglaterra.

Os cinco membros fundadores trazem um portfólio diversificado de conhecimentos especializados em hidrogênio, que vai desde engenharia química, processamento de energia, descarbonização de transportes rodoviários pesados, aviação e aquecimento doméstico. Com sede no Reino Unido, Alemanha e Holanda, o grupo planeja se concentrar na política de hidrogênio do Reino Unido e da UE.

"Qualquer decisão de investir dinheiro público em hidrogênio precisa ser respaldada com fatos. Confiar apenas em interesses adquiridos para orientar o desenvolvimento de um setor de hidrogênio corre riscos minando onde as evidências nos dizem que o hidrogênio deve desempenhar um papel" disse Tom Baxter, professor visitante da Universidade de Strathclyde e um ex-engenheiro da BP.

Paralelamente ao lançamento de seu website, o grupo publicou um manifesto conjunto com quatro recomendações para os formuladores de políticas. O ponto central é planejar para quais setores o hidrogênio precisa ser priorizado.

"O hidrogênio em si é um problema de descarbonização, e ainda assim dependemos do hidrogênio para a fabricação de coisas como fertilizantes nitrogenados. O hidrogênio de origem fóssil utilizado hoje produz aproximadamente as mesmas emissões de gases de efeito estufa que a indústria mundial de aviação. Os formuladores de políticas precisam priorizar a utilização do hidrogênio verde antes de começarmos a procurar onde mais utilizá-lo", disse Paul Martin, Engenheiro Químico e Especialista em Desenvolvimento de Processos.

Foto divulgação: Correio Braziliense

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