Os preços do milho seguem em trajetória de queda no mercado doméstico, segundo levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). A pressão vem do aumento da oferta do cereal, intensificada com o início da colheita da segunda safra, o que tende a manter a disponibilidade elevada nas próximas semanas.
De acordo com os pesquisadores do Cepea, esse cenário tem levado os vendedores a adotarem maior flexibilidade nas negociações, enquanto os consumidores seguem retraídos, adquirindo apenas volumes pontuais para suprir a demanda de curto prazo.
Na semana passada, a possibilidade de geadas em algumas regiões produtoras chegou a trazer certo suporte aos preços, ao deixar os produtores mais cautelosos nas vendas. No entanto, a perspectiva de uma oferta robusta no mercado brasileiro acabou prevalecendo, mantendo os valores sob pressão.
Em Mato Grosso do Sul, a colheita da segunda safra foi iniciada em algumas regiões, contribuindo para o aumento da oferta local. A estimativa aponta que a segunda safra de milho será 0,1% superior em comparação ao ciclo anterior, com uma área cultivada de 2,1 milhões de hectares. A produtividade média esperada é de 80,8 sacas por hectare, alinhada ao potencial produtivo observado nas últimas cinco safras do estado. Com base nesses números, a expectativa é de uma produção total de 10,2 milhões de toneladas, o que representa um crescimento de 20,6% em relação ao ciclo anterior .
As cotações do cereal seguem em queda tanto no mercado spot quanto nos contratos futuros, refletindo também a menor demanda de consumidores domésticos em curto prazo e o ritmo mais lento das exportações .
Fonte: Cepea