Os auditores-fiscais da Receita Federal paralisam, nesta quarta-feira (19), a liberação de cargas de exportação e importação nas unidades alfandegárias de Ponta Porã e Mundo Novo. A ação faz parte da mobilização da categoria, que está em greve desde novembro do ano passado, em razão do impasse nas negociações com o governo federal para reajuste salarial.
O presidente do Sindifisco Nacional MS, Luiz Felipe Manvailer, explica que a mobilização ocorre porque o salário base da categoria está congelado. Ele destaca que enquanto os demais servidores do Executivo Federal tiveram sucesso em suas mesas de negociação, existe um tratamento desigual com a categoria, que tem seu pleito ignorado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
“Não há sequer uma abertura de canal para a solução do impasse. Enquanto isso, a escalada inflacionária continua e as perdas da categoria aumentam”, alerta.
O estopim do descontentamento dos auditores-fiscais foi a negociação do governo com outra classe vinculada ao mesmo ministério, a da Procuradoria da Fazenda Nacional (PFN), que garantiu reajuste salarial por dois anos seguidos, 2025 e 2026.
Nesse contexto, a categoria se sente desrespeitada pelo governo, que não prioriza o atendimento de um pleito da classe que, assim como a PFN, possui papel relevante para o sistema tributário do país.
Com a paralisação desta quarta, o Sindifisco Nacional MS alerta que devem ocorrer atrasos significativos na liberação das cargas nessas duas unidades, provocando a formação de filas, como ocorreu em janeiro deste ano. Além do impacto nas aduanas, ações semelhantes deverão ocorrer em portos, aeroportos e pontos de fronteira alfandegados em todo o país.