Os auditores-fiscais da Receita Federal, em greve desde novembro de 2024, intensificaram nesta quinta-feira (23) a fiscalização em cargas e veículos nas aduanas de fronteira em Mato Grosso do Sul. A ação, batizada de "Risco Zero", tem causado filas e atrasos em unidades como Corumbá (fronteira com a Bolívia), Ponta Porã e Mundo Novo (fronteira com o Paraguai).
De acordo com Gustavo Freire, coordenador regional do Comando Nacional de Mobilização, a medida aumenta a rigidez das inspeções, ampliando o tempo para liberação de cargas de horas para dias. "A fiscalização está focada em uma vistoria detalhada, exceto para cargas críticas, como vivas, perecíveis e medicamentos", destacou.
A mobilização reflete a insatisfação da categoria com a falta de atualização salarial. Luiz Felipe Manvailer, presidente da Delegacia Sindical do Sindifisco Nacional em Mato Grosso do Sul, ressalta que os auditores-fiscais são a única carreira federal que não conseguiu negociar reajustes desde julho de 2024. "Algumas categorias obtiveram até 30% de aumento nesse período, enquanto permanecemos sem avanços nas negociações", explicou.
Além da ação nas fronteiras, a greve também afeta aeroportos, onde foi implementada uma operação-padrão para vistoria de bagagens, ampliando os impactos do movimento. A paralisação segue sem previsão de encerramento, enquanto a categoria aguarda resposta do governo federal para iniciar negociações.