A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou o 2º Levantamento de Grãos para a safra 2024/25, com estimativas que apontam um volume recorde de produção de 322,53 milhões de toneladas, representando um aumento de 8,2% (24,6 milhões de toneladas a mais) em relação ao ciclo anterior. O crescimento reflete a expansão da área plantada, que deve atingir 81,4 milhões de hectares (alta de 1,9%), e a recuperação da produtividade média das lavouras, estimada em 3.962 kg/ha, um avanço de 6,3%.
Destaques por culturas
- Soja: A área plantada da oleaginosa deve crescer 2,6%, chegando a 47,36 milhões de hectares. Com recuperação de 9,6% na produtividade, a produção deve alcançar 166,14 milhões de toneladas. Condições climáticas favoráveis impulsionaram a semeadura, que já alcança 66,1%, acima do ritmo do ciclo anterior.
-Milho: Com área estável em 21 milhões de hectares, a recuperação da produtividade aponta para uma safra total de 119,8 milhões de toneladas. O plantio da primeira safra já foi concluído em 48,7% da área prevista, com uma produção estimada em 22,8 milhões de toneladas.
- Arroz: A área cultivada deve crescer 10,6%, alcançando 1,77 milhão de hectares, com uma produtividade de 6.814 kg/ha. A produção esperada é de 12 milhões de toneladas, com 65% da área já semeada.
- Feijão: A primeira safra da leguminosa deve registrar aumento de 3,6% na área cultivada, alcançando 892,3 mil hectares, com produção de 991,6 mil toneladas. Somando as três safras, a projeção total é de 3,3 milhões de toneladas, alta de 1,8%.
-Trigo: A colheita do principal cereal de inverno atinge 79,4% da área plantada, com uma produção prevista de 8,11 milhões de toneladas. Apesar da estabilidade no volume em relação ao ciclo anterior, as chuvas persistentes no Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo impactaram negativamente a qualidade do grão.
Mercado e exportações
-Soja: A alta do dólar e a demanda internacional aquecida impulsionaram os preços internos em outubro de 2024. As exportações somaram 94,2 milhões de toneladas entre janeiro e outubro, levando a Conab a revisar a estimativa de exportação da safra 2023/24 para 98 milhões de toneladas, um incremento de 5,56 milhões de toneladas em relação à projeção anterior.
-Feijão: O feijão carioca atravessa um período de entressafra, com a oferta limitada impactada por chuvas em novembro, que prejudicaram a qualidade da safra paulista. Já o feijão preto apresenta maior disponibilidade com a colheita no Paraná, mas enfrenta baixa demanda devido à menor qualidade e ao preço mais elevado em relação ao carioca.
-Trigo: Chuvas no Sul do Brasil dificultaram a colheita, mas esforços foram intensificados nos períodos de estiagem para minimizar as perdas.
A Conab destaca que a combinação de fatores climáticos favoráveis e a ampliação da área cultivada colocam o Brasil em posição de consolidar uma safra robusta, com impactos positivos no mercado interno e nas exportações agrícolas.