Fundação Bunge premia trabalhos científicos que fomentam tecnologia, sustentabilidade e produtividade no campo

Quatro pesquisadores foram reconhecidos por trabalhos que impactam diretamente a mesa dos brasileiros

Fundação Bunge premia trabal

Quatro pesquisadores brasileiros foram reconhecidos com o 68º Prêmio Fundação Bunge, em cerimônia na última quinta-feira (26), em São Paulo. O prêmio é um reconhecimento à contribuição deles para a ciência nacional. O grupo é reponsável por trabalhos que impactam diretamente na alimentação, na saúde e no meio ambiente da população brasileira e que reforçam o papel da pesquisa para atender as demandas do campo.

A diretora-executiva da entidade, Claudia Buzzette Calais, apresentou a cerimônia lembrando da importância de destacar esses trabalhos e como eles são importantes para que a agricultura e a pecuária brasileiras continuem dando bons resultados e atendendo as exigências do mercado. “Estamos muito felizes hoje por poder incentivar a pesquisa e reconhecer o trabalho desses pesquisadores.”

Durval Dourado Neto, Professor Titular da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), foi agraciado na categoria Vida e Obra no tema “Desenvolvimento e uso de tecnologias e conectividade acessíveis para a sustentabilidade no campo”. Sua experiência envolve o uso de tecnologia para otimizar práticas agrícolas que promovam a sustentabilidade no campo. 

“A pesquisa com conectividade permite melhorar a vida das pessoas. Um sujeito que precisava se deslocar para poder ter acesso à internet, hoje ele tem esse acesso e consegue melhorar sua comunicação”, explicou o premiado, responsável pelo primeiro estudo de abrangência nacional sobre o acesso à Internet no meio rural.

A pesquisadora Larissa Pereira Ribeiro Teodoro, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, foi agraciada na categoria Juventude. Professora na UFMS, ela lidera projetos de pesquisa em fenotipagem de alta precisão e machine learning para aprimorar a produção de soja e milho no Cerrado.

“Uma grande preocupação que temos agora na Agricultura é com a emissão de carbono. Muitas vezes a Agricultura é vista como vilã, mas o que eu enxergo com os meus projetos de pesquisa é que isso não é verdade”, avalia a coordenadora de projetos de pesquisa na UFMS/CPCS que utilizam Fenotipagem de Alta Precisão e Machine Learning aplicados ao melhoramento genético de soja, café e milho que garantem ganhos de produtividade no campo.

No tema “Rastreabilidade na produção de alimentos: segurança alimentar, capacitação e redução de assimetrias regionais”, Elisabete Aparecida de Nadai Fernandes, professora da Universidade de São Paulo, responsável pelo

Laboratório de Radioisótopos do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (CENA/USP), foi agraciada na categoria Vida e Obra.

Responsável por analisar amostras de alimentos após o acidente nuclear de Chernobyl, Ucrânia, ela explicou que “nós começamos a utilizar a mesma técnica analítica para determinar a composição química nas amostras. Com isso surgiu um grande projeto de rastreabilidade da carne bovina”, relembra.

No mesmo tema, Hiago Henrique Rocha Zanetoni, professor da Universidade Federal de Rondonópolis (UFR), recebeu o prêmio na categoria Juventude. Ele é especialista em rastreabilidade agroalimentar com uso de blockchain, o que tecnologia possibilita, por exemplo, identificar o histórico de um item desde o início da produção até o consumidor final.

“Eu sempre trabalhei com um conjunto de pessoas e esse conjunto favoreceu que essa pesquisa surgisse, que eu tivesse a possibilidade de desenvolver, de testar, de implantar e de validar o sistema de blockchain para a rastreabilidade de produtos alimentícios”, detalha.

A cerimônia, no Iate Clube de Santos, em São Paulo, contou ainda com show da dupla Sá e Guarabyra, que relembrou clássicos da música brasileira de autoria própria, representando a riqueza e a poesia do meio rural e valorizando a cultura do homem do campo.

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