A Emater Goiás e Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) assinaram o termo de cooperação técnica com a Rede Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), durante o evento “Troca de Saberes: Experiências e Vivências de uma Agricultura Sustentável”, realizado na sede da Emater, na última quarta-feira (18/09).
O acordo visa normatizar a execução de projetos voltados para a sustentabilidade no campo, fomentar leis específicas e ajustar políticas do governo com práticas de agricultura sustentável. O texto ainda tem a intenção de garantir o desenvolvimento econômico e social dos municípios goianos.
Para o diretor de assistência técnica e extensão rural da Emater Goiás, Kin Gomides, o objetivo do termo de cooperação é construir os arranjos, mensurar, avaliar, buscar políticas estratégicas, fomentar leis específicas, além de ajustar as políticas do governo. “Por exemplo, pagamento por questões ambientais, uso de bioinsumos e diversas outras que adotam práticas de agricultura sustentável, e o que compete à Emater, será dedicado à atender a agricultura familiar, público que assistimos”, explica.
Para o presidente da Rede ILPF, Francisco Matturro, o acordo é importante para Goiás porque dará a oportunidade para que a tecnologia de integração chegue à pequena propriedade rural e que o conhecimento não fique somente na mão dos grandes proprietários. “Não dá para fazer integração da lavoura e pecuária sem a extensão rural. A integração é absolutamente importante para o sistema, pois gera renda, emprego e melhora a vida das pessoas do campo”, destaca.
Troca de Saberes
A Emater Goiás sediou a primeira edição do evento “Troca de Saberes: Experiências e Vivências de uma Agricultura Sustentável”, que é realizado pela Land Innovation Fund, SustenAgro e Rede ILPF. O encontro reuniu especialistas nacionais e internacionais para debater temas como sustentabilidade, inovação agrícola, e integração de sistemas produtivos.
O coordenador regional da região do Rio Paranaíba da Emater Goiás, Sérgio Martins de Oliveira, ministrou uma palestra sobre a integração pecuária leiteira e floresta. O regional apresentou o case de sucesso da Fazenda Cantinho do Céu de Quirinópolis, que iniciou o programa experimental de ILPF em 2016. A propriedade produz leite e o produtor plantou eucaliptos em uma área para dar mais conforto para o rebanho.
Segundo Sérgio, após um ano do experimento, a produtividade de leite cresceu em 30% em relação ao mesmo período do ano anterior, sem aumentar o número de animais. O resultado é devido ao sombreamento das árvores que proporciona maior conforto às vacas. “Os eucaliptos diminuem a velocidade do vento e faz o sombreamento, consequentemente, a área do pasto fica mais verde. Com isso, os animais têm lugar de sombra, pasto fresco e local para descansar, portanto, as vacas ficam mais relaxadas e produzem mais leite”, explica.
Quem está feliz com o resultado e não segura o sorriso é o proprietário, José Ferreira Pinto, popularmente conhecido como Nego da Ambrolina. Para ele, o projeto experimental foi um grande presente que a Emater lhe deu, proporcionando maior lucro com o aumento da produção de leite. “Hoje na fazenda, é necessário fazer duas ordenhas diariamente nas 90 vacas. Antes do ILPF a gente não tirava mil litros de leite por dia e agora já passamos dos 1.300 litros”, comemora.
O primeiro dia de evento contou ainda com palestra de Hermes Justiniano, representante da Fundação para a Conservação do Bosque Chiquitano (FCBC), da Bolívia; e Sebastián Malizia, da Fundação Proyungas, da Argentina. No segundo dia, realizaram visitas técnicas à Unidade de Disseminação de Tecnologia SustentAgro em Itaberaí, e na Unidades de Referência Tecnológica da Embrapa Arroz e Feijão, em Goiânia.
O evento também apresentou dois importantes projetos internacionais: o PRIAS (Programa de Boas Práticas Agrícolas e Sequestro de Carbono), que busca melhorar a sustentabilidade em hectares agrícolas por meio da recuperação de solos e retenção de carbono; e o ProYungas (Boas Práticas Agrícolas e Sequestro de Carbono), que visa promover boas práticas agrícolas e restaurar a vegetação nativa no Gran Chaco, além de mitigar mudanças climáticas e apoiar a gestão agrícola sustentável, valorizando a floresta, o que contribui para a produção agrícola livre de desmatamento.
No dia 19 de setembro, no segundo dia de programação, foram realizadas visitas técnicas a Unidade de Disseminação de Tecnologia SustentAgro em Itaberaí, e na Unidades de Referência Tecnológica da Embrapa Arroz e Feijão, em Goiânia.