Da Redação
Campo Grande 01/09/24 Diante das queimadas que têm devastado lavouras em diversas regiões e biomas do Brasil, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) está em processo de criação de uma linha de crédito específica para o replantio de cana-de-açúcar. A iniciativa busca mitigar os impactos das queimadas, principalmente em áreas que já haviam sido colhidas e que agora precisam ser replantadas para garantir a próxima safra.
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, destacou que a Secretaria de Política Agrícola (SPA) está conduzindo um levantamento detalhado dos prejuízos causados pelas queimadas na agricultura brasileira. Um dos principais problemas identificados foi a necessidade urgente de replantio nas lavouras de cana-de-açúcar, com um foco especial nas regiões mais afetadas, como o estado de São Paulo.
“Já estamos trabalhando no remanejamento do Plano Safra vigente, que é o maior Plano Safra da história, com recursos significativos para a agropecuária brasileira. Para este caso específico, será criada uma linha de crédito direcionada ao replantio da cana-de-açúcar,” anunciou o ministro.
A gravidade da situação é evidente nas estimativas da Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil (Orplana), que aponta que cerca de 80 mil hectares de canaviais e áreas de rebrota já foram destruídos pelo fogo. Isso coloca em risco não apenas a produção local, mas também a posição do Brasil como maior produtor mundial de cana-de-açúcar e líder nas exportações do segmento sucroalcooleiro. Este ano, as exportações de açúcar de cana em bruto já superaram os US$ 8,69 bilhões, estabelecendo um novo recorde histórico para o setor.
Além do crédito para replantio, o ministro Fávaro ressaltou que o Mapa está estudando outras medidas para a reconstrução das áreas de produção atingidas. “Estamos avaliando as perdas e, à medida que as demandas surgem, tomaremos as providências necessárias. Ainda há muito trabalho a ser feito,” afirmou Fávaro.
Ele também enfatizou a necessidade de maior conscientização sobre os efeitos das mudanças climáticas. “Estamos saindo de uma crise no Rio Grande do Sul, com medidas em andamento para a reconstrução, e já enfrentamos novas adversidades devido à seca e às queimadas. É fundamental que todos reconheçam a realidade das mudanças climáticas. O governo do presidente Lula está ciente de sua responsabilidade e vem lançando programas que promovem a conscientização e o respeito ao meio ambiente, que é o nosso maior ativo,” concluiu o ministro.