FEDERASUL estima mínimo de R$ 110 bi para reconstrução do Rio Grande do Sul

Cenário pessimista pode aumentar custo para até R$ 176 bi, prevê entidade que apresentou um longo e profundo trabalho sobre os impactos dos desastres

FEDERASUL estima mínimo de R

Cálculos divulgados pelo vice-presidente e coordenador da divisão da Economia da FEDERASUL, Fernando Marchet, mostraram os profundos impactos das enchentes no RS (clique aqui para ler a íntegra do estudo). O relatório, preparado pela equipe da Bateleur, empresa da qual Marchet é CEO, foi apresentado em reunião de integração da entidade, nesta semana, por videoconferência. Os dados apontam uma necessidade de R$ 110 a R$ 176 bi em investimentos para reconstruir a infraestrutura perdida devido à catástrofe.

A projeção leva em consideração informações históricas do Governo Federal, estimativa de mercado com base em infraestrutura, além de dados do Fundo Monetário Internacional. Marchet também apresentou o impacto das enchentes em todas as áreas da economia – como pecuária e agricultura –, mas acredita que os prejuízos totais ainda não foram totalmente contabilizados. “A falta de dados não permite uma análise mais consistente em alguns setores. Ainda há muitas respostas a serem dadas”, explica o especialista

Freio

O relatório apresentado por Marchet aponta que, nos últimos 30 anos, cerca 20% dos prejuízos nacionais com desastres climáticos estão concentrados no RS. Isso representaria cerca de R$ 100 bi. Ou seja, segundo a estimativa da FEDERASUL, o custo de reconstrução do RS após as chuvas deste ano ultrapassa o total gasto nas últimas três décadas.

A catástrofe climática, explica Marchet, vai frear drasticamente o avanço da economia gaúcha. “O RS vinha crescendo acima da média do Brasil, com uma projeção de 4% neste ano”, afirma. No entanto, após as chuvas, a estimativa caiu para -0,77%. “Pode parecer pouco, mas é uma queda de cinco pontos percentuais de acordo com a nossa estimativa. Em um cenário pessimista, pode ser arrastada para pior ainda, até -2%”.

Empresas

Marchet afirmou que o cenário empresarial de acesso ao crédito para reconstrução também é difícil. “Temos uma realidade em que muitas das garantias que as empresas davam para os bancos, estão literalmente embaixo d’água”, explica. Ele também apontou uma tendência de aumento do endividamento das empresas afetadas pelas enchentes.

Infraestrutura

Segundo o vice-presidente de Economia da FEDERASUL, as medidas adotadas pelo governo federal ainda são insuficientes para a reconstrução do que foi destruído pelas chuvas. Grande parte dos valores contemplam pessoas físicas, através de benefícios financeiros, e a suspensão do pagamento da dívida estadual. “Isso não vai ajudar a reconstruir a infraestrutura do Estado”, afirma. A expectativa é que, em um cenário mais pessimista, o montante necessário para reconstrução chegue até R$ 176 bi. “Se reconstruir igual, a ponte vai ser arrancada de novo. Seria preciso um aperfeiçoamento. É necessário um investimento para melhorar essa infraestrutura”.

Foto divulgação: Jornal Correio

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