A moagem de cana-de-açúcar pelas unidades produtoras do Centro-Sul na segunda quinzena de abril totalizou 34,58 milhões de toneladas. Nesse mesmo período do ano anterior, a quantidade processada foi de 21,43 milhões de toneladas. No acumulado de abril, a quantidade de cana-de-açúcar processada atingiu 50,61 milhões de toneladas, ante 35,29 milhões de toneladas registradas em igual período no ciclo 2023/2024 – um avanço de 43,41%.
Nos últimos 15 dias de abril, 44 unidades produtoras de cana-de-açúcar reiniciaram as atividades, totalizando 217 unidades produtoras operando na região Centro-Sul. Desse total, 201 unidades com processamento de cana, nove empresas que fabricam etanol a partir do milho e sete usinas flex. No mesmo período, na safra 23/24, operaram 212 unidades produtoras, sendo 198 unidades com processamento de cana, sete empresas produzindo etanol a partir do milho e sete usinas flex.
O diretor de Inteligência Setorial da Unica, Luciano Rodrigues, explica que “outras 31 unidades produtoras devem iniciar a moagem na primeira quinzena de maio, praticamente fechando o cronograma de início da safra 2024/2025”. Ao final da primeira quinzena de maio, é esperado que 248 empresas estejam em operação, superando as 244 que operaram em igual período do ano anterior.
A qualidade da matéria-prima colhida no mês de abril, mensurada em kg de ATR por tonelada de cana-de-açúcar processada, apresentou um aumento de 2,03% na comparação com o mesmo período do último ciclo agrícola, atingindo 112,96 kg de ATR por tonelada.
Produção de açúcar e etanol
A produção de açúcar na segunda metade de abril foi de 1,84 milhão de toneladas. No acumulado de abril, a fabricação do adoçante totalizou 2,56 milhões de toneladas, contra 1,54 milhão de toneladas do ciclo anterior.
Rodrigues esclarece que do crescimento total de 1,02 milhão de toneladas na fabricação de açúcar até o momento, apenas 347 mil toneladas ocorreram em função da mudança no mix de produção e a maior parte, cerca de 670 mil toneladas, foi resultado do avanço na moagem nesse primeiro mês de safra. “Esse cenário deve se alterar ao longo dos próximos meses do ciclo 2024/2025 diante da expectativa de redução de rendimento da cana-de-açúcar”, acrescentou.
Na segunda quinzena de abril, 1,51 bilhão de litros (+51,86%) de etanol foram fabricados pelas unidades do Centro-Sul. Do volume total produzido, o etanol hidratado alcançou 1,08 bilhão de litros (+66,56%), enquanto a produção de etanol anidro totalizou 436,38 milhões de litros (24,66%). No acumulado de abril, a fabricação do biocombustível totalizou 2,36 bilhões de litros (+32,42%), sendo 1,78 bilhão de etanol hidratado (+55,05%) e 584,06 milhões de litros de anidro (-8,27%).
Da produção total de etanol registrada na segunda metade de janeiro, 20% foram provenientes do milho, cuja produção atingiu 298,61 milhões de litros neste ano, contra 197,68 milhões de litros no mesmo período do ciclo 23/24 – aumento de 51,06%. No mês de abril, a produção de etanol de milho somou 569,11 milhões de litros – avanço de 30,18% na comparação com igual período do ano passado.
Vendas de etanol
No mês de abril de 2024, as vendas de etanol totalizaram 2,85 bilhões de litros, o que representa aumento de 35,75% em relação ao mesmo período da safra 23/24. O volume comercializado de etanol anidro no período foi de 927,59 milhões de litros – aumento de 6,32% – enquanto o etanol hidratado registrou venda de 1,86 bilhão de litros – crescimento de 56,65%.
No mercado doméstico, as vendas de etanol hidratado em abril totalizaram 1,86 bilhão de litros – variação de 63,42% em relação ao ano passado. A comercialização de etanol anidro, por sua vez, foi de 902,48 milhões de litros – aumento de 7,95%. Com esse resultado, o volume comercializado no mercado interno totalizou 2,76 bilhões de litros, 39,92% superior ao registrado no mesmo mês do ano anterior.
“O volume hidratado vendido para o mercado interno no mês de abril é o maior desde outubro de 2020 e reflete a elevada competitividade do biocombustível nas bombas. O diferencial relativo de preços do etanol hidratado e da gasolina na bomba está em 65,4% na média do País, oferecendo ao consumidor brasileiro a possibilidade de economizar e descarbonizar, contribuindo para o enfrentamento do desafio climático que vivemos”, conclui Rodrigues.
Quanto as exportações, ao final do primeiro mês da safra 2024/2025, o volume direcionado para o mercado internacional totalizou 90,29 milhões de litros (-29,01%), sendo 65,18 milhões de litros (-28,18%) de etanol hidratado e 25,11 milhões (-31,06%) de etanol anidro.
Mercado de CBios
Dados da B3 até o dia 10 de maio indicam a emissão de 14,72 milhões de créditos em 2024 pelos produtores de biocombustíveis. A quantidade de CBios disponível para negociação em posse da parte obrigada, não obrigada e dos emissores totaliza 20 milhões de créditos de descarbonização.
“Somando os CBios disponíveis para comercialização e os créditos já aposentados para cumprimento da meta de 2024, temos cerca de 65% dos títulos necessários para o cumprimento da meta de 2024 já no primeiro mês de safra 2024/2025”, destacou o diretor da UNICA.
Fonte: Unica