A Atvos nasceu em 2007 e, atualmente, é a segunda maior produtora de etanol do Brasil e um dos principais emissores de Créditos de Descarbonização (CBIOs) do país. A empresa tem capacidade de abastecer mais de 60 milhões de carros compactos com etanol. Também produz açúcar suficiente para adoçar milhões de festas de aniversário. E energia elétrica para iluminar cidades, salvar vidas e garantir o progresso e o bem-estar de mais de 20 milhões de pessoas.
Em 2023, Bruno Serapião assumiu o cargo de CEO Executivo da Atvos com o desafio de conduzir uma das maiores produtoras de biocombustíveis do Brasil.
Em entrevista para o Canal da Cana, Bruno Serapião faz uma análise sobre os seis meses de trabalho e os principais desafios encontrados, e quais são os próximos passos da Atvos para a produção no MS. Confira!
Canal da Cana: Bruno Serapião, qual a sua análise referente a estes seis meses que atua como executivo na Atvos, uma das maiores produtoras de biocombustíveis do Brasil?
Bruno Serapião: Foram meses muito desafiadores, mas extremamente gratificantes. Cheguei à Atvos em um momento muito emblemático, de mudança cultural, pautada por fortes valores de ética, trabalho em equipe e foco em resultados e produtividade, que se mostraram muito presentes no experiente time que já tínhamos. Além disso, tinha como forte propósito pessoal levar a companhia à posição de referência global no setor. O passo inicial foi colocar essa nova cultura em prática visando à consolidação da sustentabilidade do negócio em direção, no curto prazo, ao encerramento do processo de recuperação judicial. Logo nos primeiros cem dias, anunciamos uma mudança na estrutura de capital com a transferência de títulos de dívida para a Soneva Energias Renováveis S.A., um veículo financeiro do FIP Agroenergia, atual controlador, que passou a deter 90% da companhia.
Com isso, a dívida bruta da empresa foi reduzida em 50% e foi alongado o prazo de vencimento das obrigações vigentes até 2042, com taxa de juros reduzida e possibilidade de início dos primeiros pagamentos em três anos. Esse movimento foi importante para preparar a chegada da Mubadala Capital, uma empresa global de gestão de ativos, que já havia anunciado a intenção de realizar investimentos de R$ 500 milhões na companhia. A partir dessa reestruturação da dívida e aliado a essa intenção de aporte, a Atvos voltou a investir com seu caixa próprio visando o longo prazo para expandir a capacidade de produção. Somente na safra atual (2023/2024), estamos investindo R$ 1,6 bilhão nas áreas industriais e nas frentes agrícolas das nossas unidades agroindustriais, em novos negócios, inovação, no desenvolvimento de nossas pessoas, comunidades e de toda a cadeia produtiva.
Em setembro deste ano, com a dedicação e cooperação dos nossos 10 mil colaboradores, além da parceria de nossos clientes, fornecedores, parceiros de terras, bancos credores, comunidades e demais públicos de relacionamento, conseguimos encerrar com êxito o processo de recuperação judicial. Esse passo nos possibilitou abrir um novo ciclo de crescimento para a companhia, bem como receber o aporte esperado da Mubadala Capital, que sempre confiou no propósito da Atvos em produzir energia limpa que move o mundo e transforma vidas. Sem dúvida, esse foi um grande marco para a história da Atvos e do Brasil, pois somos um dos mais importantes players na produção de biocombustíveis e com grande relevância na transição da matriz energética.
Recentemente, em outubro, o Grupo Novonor deixou de compor o quadro acionário do Grupo Atvos, possibilitando que recebamos o aporte do novo acionista para aumentar a produção de etanol, produto que tem boas perspectivas de crescimento na medida em que grande parte dos países emergentes deve usar biocombustíveis como uma solução sustentável para reduzir as emissões de GEE (gases de efeito estufa). Temos um sólido planejamento que busca expandir os índices de produtividade do nosso portfólio atual para alcançarmos a moagem de 32 milhões de toneladas de cana-de-açúcar até o final da safra 2025/2026 e, em um horizonte mais à frente, chegar na nossa capacidade total de moagem: 38 milhões de toneladas.
Esse forte ciclo de crescimento também prevê, no médio prazo, a entrada em novos mercados, como o de etanol de milho (ao aproveitar a estrutura já existente das usinas de etanol de cana-de-açúcar); biometano (a partir da vinhaça e da palha dos canaviais); e iniciar a produção de SAF (combustível de aviação sustentável, na sigla em inglês) com o desenvolvimento do nosso próprio biocombustível de aviação, não sendo apenas produtor de etanol como feedstock.
Canal da Cana: A Recuperação Judicial do Grupo Atvos foi encerrada no dia 15/09/2023, por decisão do Juiz da 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo. O processo nº 1050977- 09.2019.8.26.0100 terminou após as empresas do Grupo demonstrarem o cumprimento do seu Plano de Recuperação Judicial ao longo dos quatro anos desde a data do pedido de recuperação judicial, em 29/05/2019. Na mesma decisão, a Justiça também homologou um aditamento ao Plano de RJ, prevendo uma nova estrutura de pagamentos da dívida, tanto para credores financeiros, quanto para quirografários. Quais são as medidas necessárias adotadas pelo Grupo Atvos para o cumprimento integral do seu Plano de RJ?
Bruno Serapião: A Justiça homologou o aditamento ao plano de recuperação, que prevê uma nova estrutura de pagamentos da dívida, tanto para os credores quirografários não financeiros (fornecedores) quanto para os credores financeiros (bancos). Do total das dívidas financeiras originais desde o início da RJ, 54% já haviam sido equacionadas e o prazo para pagamento da dívida remanescente foi alongado até dezembro de 2042. Os juros, originalmente precificados em 115% do CDI, passam a ser de 100% do CDI. O aditamento homologado previa, ainda, o pagamento do saldo de créditos já homologados dos credores não financeiros nos 30 dias seguintes, de modo que foram pagos 99,99% de todos os credores não financeiros, o que equivale a 97% da dívida com essa classe de credores desde o início do procedimento. Em linha com o Plano de Recuperação Judicial, a companhia recebeu aporte de R$ 500 milhões por parte do Mubadala Capital, reduzindo significativamente a sua alavancagem, que passará a ser de 1,4 vez (dívida líquida sobre Ebtida), com perspectiva de queda.
Canal da Cana: Na safra passada, foram processadas 22,3 milhões de toneladas de cana, o que permitiu a produção de 1,6 bilhão de litros de etanol, 382 mil toneladas de açúcar VHP e a cogeração de 2,132 GWh de energia elétrica a partir da biomassa, além da emissão de 2,2 milhões de Créditos de Descarbonização (CBIOs). Qual será a estratégia adotada para superar a marca de 30 milhões de toneladas de moagem de cana-de-açúcar por safra?
Bruno Serapião: A Atvos está em um novo momento e tem um futuro muito promissor. Queremos alçar voos maiores a partir de investimentos sólidos e constantes que vão aumentar a nossa competitividade e produção. Assim, teremos capacidade para atender as demandas do Brasil e do mundo com um portfólio cada vez mais diversificado de soluções sustentáveis liderado pelo etanol, que pode ser considerado o “novo petróleo”. No curto prazo, estamos investindo mais de R$ 1,6 bilhão somente nesta safra de 2023/2024, principalmente na indústria e nas frentes agrícolas, a fim de otimizar o que já existe, mas também para desenvolver novas tecnologias. No último domingo, dia 3 de dezembro, alcançamos a nossa meta de moagem planejada para este ciclo: 27 milhões de toneladas de cana-de-açúcar processadas, e, retomamos a exportação de etanol para alguns mercados estratégicos. Já para as próximas duas safras, vamos destinar em torno de R$ 3 bilhões para alcançarmos até março de 2026 a marca de 32 milhões de toneladas de cana-de-açúcar. Queremos, e seremos, a melhor empresa de biocombustíveis do mundo e estamos trabalhando para isso. Sabemos da grande responsabilidade que estamos assumindo, mas estamos preparados e nossos 10 mil colaboradores também. Somos um agente de transformação econômica, social e ambiental nas regiões onde atuamos, gerando diretamente impactos positivos em pelo menos 23 municípios dos estados de São Paulo, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Canal da Cana: A Atvos opera em quatro estados brasileiros: Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e São Paulo. No MS as cadeias de soja, milho, cana-de-açúcar, algodão e de bovinos são destaques do agronegócio. Qual a expectativa da Atvos para o MS em relação a cana-de-açúcar?
Bruno Serapião: O Estado é estratégico para a Atvos onde já estamos presentes há 17 anos com três unidades agroindustriais, localizadas nos municípios de Nova Alvorada do Sul, Rio Brilhante e Costa Rica. Neste ano anunciamos um aporte de R$ 3 bilhões de reais nos próximos três anos e uma parcela desse montante será destinada para a ampliação da base agrícola da empresa em Mato Grosso do Sul. Nosso objetivo é aumentar a produção em 5 milhões de toneladas de cana-de-açúcar e modernizar a linha de produção de etanol na região. São investimentos que também visam o canavial, o aumento de moagem das nossas usinas, potencialmente fábricas de açúcar das nossas usinas e a participação maior de biocombustíveis, na área de biogás, etanol de milho, potencialmente etanol de segunda geração. Atualmente, geramos cerca de 4 mil empregos diretos em Mato Grosso do Sul.
Canal da Cana: Poderia explicar qual o papel fundamental do etanol na transição energética do planeta?
Bruno Serapião: Enquanto o mundo procura novos caminhos para a transição da matriz energética, o Brasil já tem uma solução 100% nacional para ser utilizada em larga escala global. O etanol pode ser considerado o “novo petróleo” e somos pioneiros no desenvolvimento e produção desse biocombustível. Temos tudo para ser imbatíveis nesse mercado tão promissor, mas ainda é preciso fortalecer políticas públicas de incentivo e planejamento para um maior estímulo tanto para a produção quanto para a troca da frota de veículos para os modelos flex. O Brasil já provou sua imensa capacidade para produzir energias mais limpas em relação aos demais países do mundo, e tem totais condições para liderar esse movimento globalmente.
O etanol é altamente vantajoso para o meio ambiente e competitivo economicamente. E para isso não é necessário derrubar uma única árvore para aumentar a produção brasileira, porque adotamos a técnica da multicultura em larga escala, que garante maior ganho de eficiência, produtividade e menos impacto ambiental, sem diminuir a disponibilidade de terras para o cultivo de alimentos que chegam às mesas de milhões de pessoas em todo o planeta. Portanto, há ainda muito espaço para o consumo de biocombustíveis aumentar consideravelmente aqui e no mundo. O caminho que realmente acreditamos para a descarbonização da economia passa pelo etanol brasileiro.
Canal da Cana: Atualmente a Atvos tem a capacidade de emitir mais de 2 milhões de CBIOs (Créditos de Descarbonização) por safra, sendo uma das principais emissoras do setor sucroenergético. Os CBIOs podem ser utilizados para a realização de ações em prol do meio ambiente. Como é promovida essas ações entre a Atvos em parceria com outras empresas, como a Mitsubishi Motors?
Bruno Serapião: Hoje, a Atvos é uma das principais emissoras nacionais de créditos de descarbonização (CBIOs) e renovou a certificação do RenovaBio de todas as suas oito unidades agroindustriais até 2025. A empresa tem capacidade para emitir cerca de 4 milhões de créditos de descarbonização, e, para as próximas safras, o dinheiro obtido com as vendas de CBios será integralmente direcionado ao aumento da produção da companhia. Pela natureza de suas operações, a Atvos captura gás carbônico da atmosfera ao recuperar solos degradados para o plantio da cana-de-açúcar, contribuindo com a redução de GEE.
Já em relação à parceria com a Mitsubishi Motors, a Atvos é responsável pela neutralização de 100% das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) dos Rallies Mitsubishi nas temporadas desde 2021 e foi renovada para os anos de 2023 e 2024 e, considerando essas temporadas, a estimativa é que sejam compensadas 459 toneladas CO2e – provenientes de 52 eventos Mitsubishi Cup, Mitsubishi Motorsports, Mitsubishi Outdoor e Mitsubishi Experience. Este levantamento foi realizado pela GSS Carbono e Bioinovação, que considerou a previsão de consumo de combustíveis que serão utilizados na organização e realização de todas as etapas do campeonato, que permanecem com o selo “MIT4Zero – Rallies 4×4 da Mitsubishi até o fim do próximo ano.
Além de promovermos os benefícios do etanol para um público altamente qualificado e amante de velocidade, reforçando que o biocombustível contribui para uma melhor performance dos carros e para uma matriz energética mais limpa no país, evidenciamos, por meio da parceria, que adrenalina e sustentabilidade podem e devem acelerar de mãos dadas. Ainda dentro desse universo, a Atvos já marcou presença nas edições do Sertões BRB em 2022 e 2023, sendo que neste ano, patrocinou a Spinelli Racing, equipe de Guiga Spinelli, o maior vencedor da história do Sertões, que representou o retorno da Mitsubishi Motors à competição; e se uniu à equipe Accert Competições, sendo responsável por fornecer seis mil litros de etanol para dois carros durante o rally.
Vale ressaltar que ainda neste período, a empresa apoiou a equipe Octanas Motorsport, que corre com um carro 100% abastecido por etanol, no Campeonato Brasileiro de Rally nos dois últimos anos. Para a companhia é muito importante estabelecer conexões com parceiros que possuem o etanol como fator comum e que disseminem a novos públicos o nosso protagonismo no mercado de energia limpa.
Canal da Cana: O cultivo sustentável da cana-de-açúcar é um dos propósitos da Atvos. Além do preço, quais são as vantagens para o consumidor?
Bruno Serapião: A cana-de-açúcar está mais presente no dia a dia das pessoas do que se imagina e de diferentes formas possibilitando o cotidiano moderno de hoje. Essa planta versátil, que é da mesma família que o arroz, o milho, a cevada e outras gramíneas, é largamente cultivada no Brasil, que lidera o ranking mundial na produção e na exportação do etanol, derivado da cana. Com enorme potencial produtivo, a planta gera insumos que são utilizados em uma série de outros bens de consumo, como os biocombustíveis, que emitem menos gases de efeito estufa (GEE) na atmosfera, contribuindo para a redução da pegada de carbono e ajudando a limpar a matriz energética brasileira.
Além da produção do etanol, as usinas da Atvos são responsáveis pela cogeração de energia elétrica a partir da biomassa proveniente do bagaço da cana. Outros subprodutos da cana-de-açúcar, como a vinhaça e a torta de filtro, podem ser usados como biofertilizantes e para a fabricação de biogás, que, além de servir como combustível, é fonte de energia elétrica.
No caso da Atvos, esse reaproveitamento gera uma cadeia de produção baseada na economia circular e a certeza para o consumidor que o etanol é 100% sustentável. Além disso, a produção de cana-de-açúcar conta com muita tecnologia, gera empregos e desenvolvimento econômico, social e sustentável.
Canal da Cana: O que mais destaca a Atvos como elemento da transição energética nacional e do protagonismo brasileiro na agenda global de energia limpa e sustentabilidade?
Bruno Serapião: A inovação, sem dúvida. A Atvos trabalha no presente de olho no futuro para continuar produzindo energia limpa que move o mundo e transforma vidas. Foi assim que nos tornamos uma das principais produtoras de biocombustíveis do Brasil. Agora, vamos aproveitar esse protagonismo no setor, além da nossa expertise, para sermos a plataforma de biocombustíveis da Mubadala Capital no mundo. Para isso, a ideia é aproveitarmos a estrutura das nossas usinas de etanol de cana-de-açúcar para a nova produção de etanol de milho.
O biometano também será fundamental na diversificação do portfólio da Atvos, pois conseguiremos utilizar recursos já provenientes das nossas operações atuais para a produção de gás, como a palha dos canaviais e a vinhaça, esta última hoje reaproveitada para o processo de fertirrigação. Ou seja, o biometano faz parte da economia circular, que pode ser usada para abastecer nossa própria frota agrícola, além de fornecer a produção excedente para cidades próximas das nossas unidades agroindustriais. Também queremos investir em tecnologia para desenvolvermos o SAF (Combustível de Aviação Sustentável). Não queremos ser apenas produtor de etanol como feedstock, mas, sim, termos o nosso próprio biocombustível de aviação.
Os aviões precisam ter uma combustão e não podem ser totalmente elétricos. Por isso, acredito que a mudança na aviação do mundo passa pelo etanol, que tem escala, garantia e eficiência comprovadas. Prevemos investir R$ 4,6 bilhões nos próximos três anos, sendo R$ 1,6 bilhão ainda na safra 2023/2024 em nossas unidades agroindustriais, localizadas em São Paulo, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Também queremos injetar parte desse montante em novos negócios, inovação, no desenvolvimento de nossas pessoas, comunidades e de toda a cadeia produtiva. A transição energética precisa acontecer. E, para isso, o Brasil e o mundo precisam dos biocombustíveis da Atvos. Estamos totalmente preparados para liderar esse urgente e necessário movimento.
Canal da Cana: Como foi a participação da empresa na COP28? E quais são as expectativas a partir da Conferência?
Bruno Serapião: Participamos da COP 28 com duas sessões de painéis no estande da CNI. Nosso objetivo principal foi mostrar para o mundo o potencial do etanol de primeira geração à base da cana-de-açúcar – um biocombustível altamente vantajoso para o meio ambiente, que pode emitir até 90% menos poluentes em comparação aos combustíveis fósseis quando utilizados em motores à combustão; competitivo economicamente e que pode ser utilizado em qualquer parte do mundo em larga escala. Em um dos painéis discutimos com especialistas o papel de liderança do etanol como protagonista no processo de transição energética e reforçamos que, para isso, não é necessário ampliar o uso de terras e sem impactar as áreas atualmente utilizadas para agricultura da indústria alimentícia.
No segundo painel, reforçamos todo o potencial que o etanol pode oferecer para a produção do que chamamos de “biocombustíveis do futuro”, podendo ser utilizado para a produção de SAF (combustível sustentável de aviação, na sigla em inglês), já que um dos maiores desafios atuais é a redução das emissões das companhias aéreas. E, para isso, o SAF já se apresenta como a melhor solução para substituir o querosene de aviação. De forma geral, mostramos aos tomadores de decisão de diversas partes do mundo que o etanol pode ser considerado o “novo petróleo” e que acreditamos que o processo de descarbonização do planeta passa pelos biocombustíveis e pelas soluções inovadoras e sustentáveis da Atvos.
Canal da Cana: Quais são os planos da Atvos para seguir avançando e expandindo no protagonismo da produção de energia limpa?
Bruno Serapião: A Atvos está em um novo momento e tem um futuro muito promissor. Queremos alçar voos maiores a partir de investimentos sólidos e constantes que vão aumentar a nossa competitividade e expandir os índices de produtividade. Assim, teremos capacidade para atender as demandas do Brasil e do mundo com um portfólio cada vez mais diversificado de soluções sustentáveis liderado pelo etanol.
Como foi dito antes, queremos, e seremos, uma das melhores empresas de biocombustíveis do mundo e estamos trabalhando para isso. Sabemos da grande responsabilidade que estamos assumindo, mas estamos preparados e nossos 10 mil colaboradores também. Somos um agente de transformação econômica, social e ambiental nas regiões onde atuamos, gerando diretamente impactos positivos em pelo menos 23 municípios dos estados de São Paulo, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Atualmente, temos capacidade para produzir 3,3 bilhões de litros de etanol por safra, o suficiente para abastecer mais de 60 milhões de carros compactos; e 750 mil toneladas de açúcar VHP, volume que poderia adoçar a vida de milhões de famílias após refinado; além de cogerar 4,2 mil gigawatts-hora (GWh) de energia elétrica limpa, que tem capacidade de abastecer uma população de 20 de milhões de pessoas. Mas podemos ir além, inclusive iniciando as exportações de etanol no médio prazo.