Begreen e universidade de Passo Fundo assinam acordo para a produção de amônia verde no RS

A Begreen, uma empresa constituída a partir da união do Migratio Soluções, da Phama Energias Renováveis e da Torao Participações, deverá produzir 3 mi

Begreen e universidade de Pass

Limeira (SP) e Passo Fundo (RS) – 23 de agosto de 2023 – A Migratio Soluções, a Phama Energias Renováveis e a Torao Participações constituíram a Begreen, uma empresa que tem como meta a produção de 3 milhões toneladas anuais de “amônia verde” na cidade de Passo Fundo no Rio Grande do Sul.  O empreendimento prevê a parceria com a Universidade de Passo Fundo, que não só produzirá o insumo, como, ainda, o testará em laboratório e em campo. Serão avaliadas várias formulações, dosagens e a sua aplicação em culturas diferentes, promovendo estudos para entender o real potencial de fertilizantes nitrogenados em solos brasileiros.

Com um investimento total de aproximadamente R$ 140 milhões, o projeto deverá estar operacional até o primeiro semestre de 2026 para sintetizar a amônia (NH3) a partir de hidrogênio (H2) e da captação do nitrogênio (N) do ar. “A expectativa é que as lavouras tenham um crescimento de até 20% com a utilização da amônia verde”, afirma Fabio Saldanha, sócio-diretor do Migratio Soluções.

“Outro objetivo”, acrescenta Saldanha, “será o de produzir diferentes fertilizantes a partir da amônia, de acordo com o que melhor se aplica às características do solo e das culturas em questão.” Estão na mira milho, trigo e cana de açúcar inicialmente. Também a soja poderá ser contemplada, com uma formulação diferente, pois o seu cultivo não necessita tanto de nitrogênio. Segundo o empresário, os fertilizantes à base de amônia têm a vantagem de serem produzidos na forma líquida, a qual é muito mais eficaz em relação aos fertilizantes granulares e tradicionais, já que oxidam e dependem da chuva para terem resultados eficientes.  

Economia circular

Glauco Souza da Silva, diretor de Operações da Torao Participações, ressalta, por sua vez, que mais de 80% dos fertilizantes nitrogenados são importados. “Esse, aliás, é um dos principais motivos que levou a empresa a fazer parte da iniciativa: a produção será toda destinada a produtores rurais locais em suas culturas de trigo e de milho”, pontua. “Os empresários do campo poderão substituir a importação de fertilizantes tradicionais, cuja produção e logística, por sinal, são particularmente agressivas ao meio ambiente”, ressalta.

Luiz Paulo Hauth, diretor presidente da Phama Energias Renováveis e idealizador do projeto, frisa que a amônia verde oferece uma maior previsibilidade de custos ao produtor, quando comparada a outros fertilizantes importados e altamente poluentes.

“No caso dos fertilizantes verdes a serem produzidos, seus insumos estão todos no país e seus preços não oscilam com a variação do dólar ou com os desdobramentos da Guerra na Ucrânia”, comemora Hauth, que também ressalta, ainda, a possibilidade de geração de créditos de carbono com a produção e substituição dos fertilizantes fósseis pela amônia verde.

“Estamos selando, nesse momento, uma parceria para desenvolver algo tão relevante quanto a amônia verde e suas aplicabilidades”, comemora Bernadete Maria Dalmolin, reitora da Universidade de Passo Fundo. Ela informa que o projeto prevê a possibilidade de uma planta de produção do hidrogênio e amônia verdes ser abrigada na própria universidade. E  a Begreen fornecerá bolsas a alunos mestrandos e doutorando para a elaboração de pesquisas para a aplicação dos fertilizantes verdes.

Hauth, da Phama Energias Renováveis, detalha que a base do projeto é a produção do hidrogênio verde por meio do processo de eletrólise da água, a qual fará uso de energias renováveis. “O hidrogênio verde é um importante vetor de transição para a economia de baixo carbono e circular”, defende.


Foto divulgação

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