Mato Grosso do Sul contratou mais 5.688 trabalhadores com carteira assinada no mês de fevereiro. Os dados constam da Carta de Conjuntura do Mercado de Trabalho elaborada pela Coordenadoria de Estatística e Economia da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), com base no levantamento do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho e Emprego (CAGED-MTE).
Os setores que mais geraram novos empregos formais foram: Serviços (1.839 a mais), Agropecuária (1.653 a mais) e Construção (1.567 a mais). No acumulado dos últimos 12 meses, Mato Grosso do Sul apresentou uma criação de 39.857 empregos formais. O Comércio e os Serviços vêm apresentando, no acumulado dos últimos 12 meses, um saldo de 7.935 e 13.631 vagas de trabalho, respectivamente.
O secretário da Semadesc, Jaime Verruck, analisou os números e fez ponderações: “Isso é muito importante quando olhamos a atividade. A Construção Civil vem, já há alguns meses, mostrando sua pujança e capacidade de resposta. Isso decorre dos investimentos que estão ocorrendo no Estado, principalmente industriais, e também residenciais, da área de apartamentos.” O secretário acredita que, a partir do segundo semestre, quando for retomado pelo governo federal o Programa Minha Casa, Minha Vida, o setor da Construção Civil deve ter um novo impulso, principalmente nos pequenos municípios.
A Agropecuária também teve um aumento significativo em fevereiro devido ao início da colheita da soja, frisou Verruck, quando normalmente se contratam muitos trabalhadores. “Agora inicia-se outras atividades do setor, como a colheita da cana. Estivemos hoje em Nova Alvorada participando de um ato que marca a safra 2023 do setor sucroenergético, que vem com uma perspectiva muito positiva de incremento da safra e, consequentemente, dos empregos.”
Verruck citou ainda o setor agroflorestal como importante gerador de empregos. “Todas as empresas desse setor estão investindo no plantio de eucalipto. Isso demanda muita mão-de-obra e percebemos claramente isso nos municípios de Inocência, Água Clara, Ribas do Rio Pardo, Santa Rita do Pardo, Três Lagoas. Toda essa região florestal tem aumentado o nível de emprego na agropecuária.” Com relação à Indústria de Transformação, que tem um emprego mais estável e ocupou 306 vagas em fevereiro, isso representa um indicador de solidez da economia, disse Verruck.
Chama a atenção na Carta a alteração na distribuição regional dos novos empregos, que tinha Campo Grande no topo da lista todos os meses. No acumulado dos dois primeiros meses do ano, o município que mais gerou empregos formais foi Ribas do Rio Pardo, com 2.717 vagas. Isso decorre da indústria de celulose da Suzano que está sendo construída lá e impulsiona todas as outras empresas que estão operando na cidade. Só no canteiro de obras da Suzano trabalham mais de 8 mil pessoas.
Verruck falou ainda sobre a PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostragem Domiciliar) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) que coloca Mato Grosso do Sul ao lado de outros dois estados brasileiros com os menores índices de desocupação. “Apenas 3.3% da população economicamente ativa está desocupada. É o que chamamos de pleno emprego em economia. Temos muitas vagas de trabalho para serem preenchidas, estimamos que pelo menos 20 mil vagas, falta a oferta da mão-de-obra. Com isso poderíamos ter gerado muito mais emprego em fevereiro. Para isso, a Semadesc está buscando identificar as pessoas que precisam de capacitação e qualificação, criar programas específicos para qualificar essas pessoas que hoje não conseguem acessar o mercado de trabalho.”
João Prestes SEMADESC