A produtividade da cultura do eucalipto, em 2021, atingiu 38,9 m3/ha/ano, alcançando maiores limiares desde o ano de 2014. Isso significa que em 2021, a área total certificada no Brasil chegou a 7,37 milhões de hectares, um aumento de 8,4% em relação a 2020, e uma retomada em comparação aos patamares pré-pandemia (Ibiá, 2022).
Entretanto, devido ao aquecimento do setor florestal nos anos de 2021 e 2022, os viveiros responsáveis não estão atendendo em volume e qualidade as mudas para serem transplantadas no campo. Fato que também está atrelado à crise de 2011 sofrida pelo setor, com reduções drásticas no número de viveiros florestais existentes.
Um sistema radicular bem formado em mudas de espécies florestais é muito importante para um bom estabelecimento e desenvolvimento dessas plantas. No entanto, nem sempre isso ocorre. Novaes (1998) e Barroso et al. (2000), por exemplo, relataram a persistência de deformações radiculares em mudas de espécies florestais após o plantio. Essa persistência das deformações radiculares após o plantio pode reduzir ou atrasar o crescimento das plantas no campo, o que acarreta maiores custos com o controle de plantas daninhas e o retardamento da produção de madeira.
Mudas robustas e que apresentam maior porcentual de emissão de raízes são mais aptas a condições de estresse ambiental, garantindo maiores taxas de sobrevivência no campo (Freitas et al., 2005).
Sabendo disso, em parceria com empresas do setor florestal, a Vittia desenvolveu trabalhos visando um melhor crescimento e desenvolvimento de mudas de eucalipto antes e após o transplantio, por meio do uso do inoculante Meli-X Turbo, um promotor de crescimento formulado com a bactéria Bacillus velezensis UFV 3918, que coloniza o sistema radicular da planta, atuando simultaneamente na solubilização de nutrientes, especialmente o fósforo, e na promoção de crescimento de plantas, contribuindo principalmente com o aumento do volume de raízes.
Para isso, avaliações em condições de campo foram realizadas na cultura do eucalipto na região de Pompéu/MG, 2022. O campo experimental foi desenvolvido com o plantio do clone AEC 1528 dividindo a área em Padrão Fazenda x Padrão Vittia. As amostras foram coletadas aleatoriamente e foi avaliado colo da planta (mm), parte aérea (cm), raiz (cm), peso seco da parte aérea (g) e raiz (g).
Como resultado, todos os parâmetros apresentaram ganhos estatisticamente significativos no desenvolvimento tanto radicular quanto foliar, contribuindo para o aumento na produção de madeira com apenas 41 dias após aplicação do Meli-X Turbo no tratamento das mudas antes do plantio, em relação ao Padrão Fazenda. Houve destaque para o peso seco de raiz, no qual houve um incremento de 105% em relação ao padrão, demonstrando a grande contribuição do inoculante para um melhor desenvolvimento de raízes de mudas de eucalipto pós-transplantio, o que acarretará em um melhor pegamento e estabelecimento de plantas e, por consequência, uma maior produtividade.
Gráficos comparativos
Figura 1. Colo da planta (mm) do clone AEC 1528 entre o Padrão Fazenda e Padrão Vittia, Pompéu/MG, 2022.
*Médias seguidas de mesma letra maiúscula na datas de avaliação não diferem estatisticamente entre si pelo teste T a 5% de probabilidade (R Development Core Team, 2009).
Figura 2. Parte aérea (cm) do clone AEC 1528 entre o Padrão Fazenda e Padrão Vittia, Pompéu/MG, 2022.
*Médias seguidas de mesma letra maiúscula na datas de avaliação não diferem estatisticamente entre si pelo teste T a 5% de probabilidade (R Development Core Team, 2009).
Figura 3. Raiz (cm) do clone AEC 1528 entre o Padrão Fazenda e Padrão Vittia, Pompéu/MG, 2022.
*Médias seguidas de mesma letra maiúscula na datas de avaliação não diferem estatisticamente entre si pelo teste T a 5% de probabilidade (R Development Core Team, 2009).
Figura 4. Peso seco da parte aérea (g) do clone AEC 1528 entre o Padrão Fazenda e Padrão Vittia, Pompéu/MG, 2022.
*Médias seguidas de mesma letra maiúscula na datas de avaliação não diferem estatisticamente entre si pelo teste T a 5% de probabilidade (R Development Core Team, 2009).
Figura 5. Peso seco da raiz (g) do clone AEC 1528 entre o Padrão Fazenda e Padrão Vittia, Pompéu/MG, 2022.
*Médias seguidas de mesma letra maiúscula na datas de avaliação não diferem estatisticamente entre si pelo teste T a 5% de probabilidade (R Development Core Team, 2009).
As figuras 6 e 7, abaixo, evidenciam os ganhos tangíveis com a utilização do Meli-X Turbo no tratamento das mudas antes do plantio e nas avaliações realizadas nos dias 31/10/2022 e 21/11/2022. Isso significa melhor desenvolvimento radicular e foliar, aumentando os rendimentos na produção de madeira.
Figura 6. Amostras coletadas no campo dia 31/10/2022 no campo. A. Padrão Vittia. B. Padrão Fazenda.
Figura 7. Amostras coletadas no campo dia 21/11/2022 no campo. C. Padrão Vittia D. Padrão Fazenda.
Benefícios do Meli-X Turbo
Existem vários benefícios na aplicação do Meli-X Turbo no manejo florestal que valem a pena serem ressaltados:
A formulação é líquida e de fácil manuseio;
Apresenta amplo espectro de solubilização de fósforo do solo e outros nutrientes;
Devido ao metabolismo da bactéria, há várias formas de atuação que promovem o crescimento das plantas;
Otimiza a absorção dos fertilizantes aplicados via solo;
Contribui na maior absorção de água devido ao volume expressivo de raízes secundarias (indicado para regiões com déficit hídrico);
É um produto biológico, sem impactos no manejo florestal;
Aumenta a produção de madeira.
Referências
Barroso, D.G. et al. (2000) Efeitos do recipiente sobre o desempenho pós-plantio de Eucalyptus camaldulensis e E. urophylla. Revista Árvore, v.24, p.291-296.
Freitas, T.A.S. et al. (2005) Desempenho radicular de mudas de eucalipto produzidas em diferentes recipientes e substratos. Revista Árvore, v.29, n.6, p.853-861.
Ibiá (2022) Relatório anual 2022: Ibiá. Disponível em: < Link>. Acesso em: 28/11/2022.
Novaes, A.B. (1998) Avaliação morfofisiológica da qualidade de mudas de Pinus taeda L., produzidas em raiz nua e em diferentes tipos de recipientes. 1998. 118f. Tese (Doutorado em Engenharia Florestal) -- Universidade Federal do Paraná, Curitiba.
Autor: Fabrício Fernandes -- Especialista em Desenvolvimento de Mercado Florestal / Vittia