A Secretaria de Estado do Planejamento e Projetos Estruturantes (SEPL) está finalizando os planos de desenvolvimento integrado de seis regiões. A ação consolida o trabalho iniciado em 2021, com o lançamento do programa Paraná Produtivo, que realizou oficinas e diagnóstico para identificar potencialidades e carências regionais e projetos prioritários para o desenvolvimento equilibrado.
Das oito regiões atendidas pelo programa, foram instaladas governança em seis – Santo Antônio da Platina; Cornélio Procópio; Paranavaí; Campo Mourão; Irati/União da Vitória; e Telêmaco Borba/Castro/Ponta Grossa. As duas restantes – Umuarama/Cianorte e Guarapuava - serão concluídas até o final deste ano.
Esse conselho gestor será responsável pela definição do cronograma e a continuidade das ações definidas pelas comunidades como as mais importantes para o crescimento regional.
“As pessoas receberam muito bem o programa, gostaram de ter o Estado mais próximo, ouvindo as dificuldades e demandas das regiões”, diz o superintendente da Paraná Projetos, Deyvitt Augusto Leal.
Agora, o Paraná Produtivo começa a reunir os atores locais com as entidades governamentais envolvidas ou relacionadas com as ações priorizadas para facilitar o alcance dos objetivos. “A atuação dos atores locais é fundamental, para que tenhamos regiões empoderadas, fortalecidas e protagonistas. Essa ponte que o Paraná Produtivo possibilita entre as governanças e o conjunto de instituições parceiras viabiliza a realização das ações priorizadas”, comenta Marcelo Percicotti, coordenador de Integração Econômica da SEPL.
PRIORIDADES – Na região de Paranavaí, no Noroeste paranaense, por exemplo, as 28 cidades que compõem a Associação dos Municípios do Noroeste do Paraná (Amunpar) elegeram como prioridade o desenvolvimento de projetos que aproveitem os recursos naturais abundantes e incentivem o ecoturismo.
Já na região dos Campos Gerais, caracterizada pela concentração da renda em alguns poucos municípios, foi levantada a necessidade de ampliar o investimento em educação empreendedora e no cooperativismo e associativismo, para impulsionar a agricultura familiar, as agroindústrias e o turismo rural, e buscar um crescimento que atenda a todos os municípios. São 19 no total.
Rica em paisagens naturais, especialmente pelas cachoeiras, a região Sul do Paraná quer investir no potencial turístico, sobretudo no turismo rural. A região do Sudeste paranaense, com vocação para agricultura familiar, tem como cidades-polo União da Vitória e Irati. Formada por 18 pequenos municípios, a região tem quase 40% da população vivendo no campo e tirando o sustento da agricultura. Um dos projetos será investir na agroindustrialização, com a transformação de produtos típicos, o que deve fortalecer também o turismo.
PROGRAMA – O Paraná Produtivo atende 202 municípios de oito regiões prioritárias. Elas concentram 30% da população paranaense (3,3 milhões de pessoas) e 25% do Produto Interno Bruto (PIB) estadual.
O trabalho envolve atores locais, setor produtivo, universidades e governo com base na análise de indicadores, fundamentadas em três eixos: Pessoas, Infraestrutura e Sistemas Produtivos, abarcadas pela dimensão da Governança e Gestão. O programa também contou com o auxílio do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) para elaboração dos diagnósticos regionais.
De início, foram realizadas 24 oficinas técnicas, todas em formato virtual, em decorrência da pandemia, com um público médio de 80 pessoas cada. Após essa etapa, as regiões receberam um plano de ação que será utilizado pelas governanças locais como guia dos projetos.
PROTAGONISMO FEMININO – Além das atividades principais, o programa também consegue agregar outras por meio de parcerias. A parceria com a Aliança Empreendedora, que faz parte do comitê técnico do programa, por exemplo, já ofereceu um curso especial para as mulheres empreendedoras, com oficinas de finanças, marketing digital e mentorias. Novas agendas estão sendo planejadas. A 1ª oficina virtual com foco em finanças ocorreu em setembro deste ano.
Maria das Graças Santiago de Moura Rosa, presidente da Copescarte, uma cooperativa de mulheres que trabalham com a pele do peixe para produção de diversos artesanatos, inclusive de bolsas e roupas, em Santo Antônio da Platina, foi uma das participantes: “Sempre procuramos melhorar a nossa administração e no Programa Paraná Produtivo temos encontrado conteúdo para esse desenvolvimento”, afirmou.
As próximas oficinas estão previstas para início de novembro e serão abertas ao público, embora o foco seja específico às mulheres empreendedoras do Paraná Produtivo.
Foto: AEN