Linha Policote da Wirstchat aumenta a eficiência dos fertilizantes, alavancando a produtividade e reduzindo a quantidade do insumo utilizado
O produtor brasileiro só tem a ganhar se colocar em pauta no seu planejamento, aproveitar melhor os adubos fosfatados. Isso pode reduzir a quantidade de insumos aplicados nas lavouras e consequentemente impactar, por exemplo, até no volume de fertilizantes importados hoje pelo País. Em contraponto, há oportunidades de desenvolvimento e inovação com produtos diferenciados, incorporando tecnologias avançadas como “coating”, por exemplo. Essas ferramentas inovadoras levam a ganhos agronômicos e ambientais.
Ciente da importância em aumentar essa eficiência dos fertilizantes, a Wirstchat, empresa que desenvolve soluções no setor agrícola, com sede em Olímpia/SP, não poupou esforços, e há mais de 12 anos criou a linha Policote, formada por aditivos utilizados no revestimento de adubos fosfatados com eficiência aumentada. Esta tecnologia vem sendo testada e comprovada em diferentes instituições de pesquisa e está acessível aos agricultores comercialmente há várias safras por empresas do Grupo Fertipar, como a Fertigran (com o nome de Fertigran P) e a Fertipar Bandeirantes (FertBand Coat), além da Café Brasil Fertilizantes (PROPhós) e Opção Agro (SoilEnergy).
Importância do fósforo
O fósforo é um dos nutrientes que as plantas precisam para pleno desenvolvimento. Ele é insubstituível, e, por esse motivo, lavouras deficientes não conseguem expressar seu potencial máximo, resultando em baixa produção. “Os solos brasileiros têm níveis muito baixos de fósforo devido ao material de origem (rochas) e à forte interação dele com as argilas presentes neles”, explica Roberto Reis, doutor em nutrição de plantas na empresa.
Devido à alta necessidade pelas plantas e à baixa disponibilidade natural do mineral por aqui, torna-se necessário a reposição do mesmo, por exemplo com a adubação. Assim, em solos tropicais, é comum a aplicação de fertilizante fosfatado em altas doses, bem acima das necessidades das plantas. “Isso se deve à alta fixação do fósforo no solo, resultando em baixo teor dele disponível na lavoura. Como grandes quantidades aplicadas do mineral, via fertilizantes, não são aproveitadas pelas plantas, a eficiência do uso desse insumo na agricultura brasileira é muito abaixo do desejável, ficando entre 15 a 50%”, explica o doutor.
Mais sobre a produção do mineral
Os fertilizantes fosfatados têm como matéria-prima básica a rocha fosfática. Em 2020, as reservas mundiais eram de 71 bilhões de toneladas (t), sendo as principais fontes: Marrocos e Saara Ocidental, seguidos por China, Egito, Argélia e Síria. Já Brasil, Jordânia, Vietnã, Arábia Saudita, Egito, Peru, África do Sul, Finlândia, Austrália, Israel e Senegal produzem entre 1 tonelada e 10 milhões toneladas por ano. Em contrapartida, em 2020 a demanda global por fósforo foi de 46 milhões/t. E essa demanda mundial tem crescido a uma taxa anual de 2,2%. Além disso, o preço de venda se manteve constante no período até́ 1973, com uma média de US$ 4,2/t. Mas, a partir daquele ano, o valor subiu para até US$ 124/t. “Aumentos nos preços dos fertilizantes impactam negativamente nas exportações do agronegócio brasileiro, tornando o produto nacional menos competitivo, uma vez que a maior parte do custo de produção deriva do preço do fertilizante importado”, salienta Reis. A produção nacional de concentrado fosfático, em 2019, foi de apenas 5,3 milhões de toneladas, historicamente inferior à demanda.
É para se pensar e agir
O Brasil, em 10 anos, dobrou a quantidade de fertilizantes importados. A falta de uma política para o setor desde a década de 1980 - atualizada recentemente com o Plano Nacional de Fertilizantes 2050 - tornou o País extremamente dependente, fazendo com que a indústria nacional decrescesse 30%. “Enquanto isso as importações aumentaram 66% nos últimos 20 anos, além dos custos dos fertilizantes na produção alcançassem mais de 40% em culturas como soja, milho e algodão nesse período. A crescente dependência de importação de fosfatados (44%, em 2000 e 72%, em 2020) evidencia uma ameaça que poderá prejudicar a posição competitiva do agronegócio brasileiro”, alerta Reis.
Por isso, ainda segundo o especialista, “a diminuição da dependência externa, por meio desenvolvimento de tecnologias apropriadas ao ambiente de produção brasileiro (tropical), dará ao produtor rural brasileiro preços mais estáveis, “maior oferta de produtos e tecnologias, além claro, do aumento de produtividade”, finaliza.