As estiagens prolongadas têm gerado uma crise hídrica sem precedentes no Brasil, com impactos diretos não apenas na agricultura, mas também na tarifa de energia elétrica, que sofreu um aumento expressivo neste mês de setembro.
Com os reservatórios das usinas hidrelétricas atingindo níveis críticos, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) decidiu ativar a bandeira tarifária mais alta, que já está em vigor. Isso significa que a conta de luz dos brasileiros pode aumentar entre 10% e 13% neste mês. Um exemplo prático: o valor médio da conta, que gira em torno de R$ 147, pode saltar para R$ 163.
A crise se agrava com a previsão de um volume de chuvas 50% menor do que o esperado para o restante do ano, o que compromete ainda mais a capacidade das hidrelétricas de gerar energia. Para compensar a baixa produção hidrelétrica, o governo foi obrigado a acionar as usinas termelétricas, que são significativamente mais caras devido à queima de combustíveis fósseis. Esse custo adicional é repassado aos consumidores, resultando em uma conta de luz mais alta, justamente no momento em que o calor começa a se intensificar em várias regiões do país.
Além de pesar no bolso dos consumidores, o aumento na tarifa de energia pode ser responsável por mais da metade da inflação prevista para setembro. Estima-se que a alta na energia contribua com 0,52% dos 0,72% de aumento esperado nos preços gerais, exacerbando ainda mais o cenário econômico.
Diante desse cenário, é fundamental que políticas de incentivo à economia de energia e à diversificação das fontes energéticas sejam intensificadas, de modo a mitigar os efeitos da crise hídrica e garantir um fornecimento estável e acessível de energia elétrica para todos.