Micros, pequenas e médias empresas do estado de São Paulo irão ganhar uma nova ferramenta que facilita o acesso ao crédito para implementar a transição energética. O Programa Investimentos Transformadores de Eficiência Energética na Indústria (PotencializEE) passa a contar com o Fundo de Aval da Eficiência Energética (FAEE) no valor inicial de oito milhões de euros.
O Fundo vai facilitar o acesso ao crédito concedido pela Desenvolve SP para investimentos em equipamentos e tecnologias que modernizem as plantas industriais paulistas. Com condições mais favoráveis, serão financiados tanto projetos de geração de energia elétrica própria, quanto troca de maquinário por modelos mais eficientes e modernos. Os valores serão disponibilizados por meio do operado pela Desenvolve SP.
O PotencializEE é fruto de uma parceria entre a agência de fomento paulista, vinculada à Secretaria do Desenvolvimento Econômico (SDE), com a Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil). Lançado nessa quinta-feira, 6, conta ainda com o apoio do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), que prestará consultoria especializada para as empresas participantes; e da Agência Alemã de Cooperação Internacional (Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit - GIZ), que aportou o recurso inicial.
A estimativa da Desenvolve SP e da Semil é movimentar ao menos R$ 420 milhões em crédito, beneficiando ao menos 425 indústrias de até médio porte. Uma das estratégias para chegar a este número é reduzir as garantias normalmente exigidas nas operações de crédito. Esta redução foi viabilizada pelo valor aportado pela GIZ.
“O pequeno e médio industrial não deixa de trocar máquina porque não quer trocar, mas sim porque precisa de 130%, 150% de garantia para trocar uma máquina. Com o PotencializEE, depois de passar por uma consultoria do Senai, a indústria vai precisar de 20% de garantia”, resume o diretor-presidente da Desenvolve SP, Ricardo Brito. O gestor afirmou ainda que a agência de fomento vai buscar aportes de outras instituições, nacionais e internacionais, para aumentar a abrangência do programa.
De acordo com Brito, o programa promove ganhos em várias dimensões, já que reduz os custos de produção e de consumo de energia (resultando menos emissão de carbono e potencial para redução dos preços finais dos produtos), além de melhorar a competitividade das empresas.
“O custo da energia é uma das maiores dores da indústria, que consome cerca de 40% da energia de São Paulo. Além disso, as máquinas industriais hoje têm, em média, 20 anos de uso. Então, o PotentializEE resolve o problema do custo da energia, mas resolve também o problema da idade das máquinas”, concluiu o diretor-presidente da Desenvolve SP.
Já a secretária Natália Resende, que comanda a Semil, destacou o impulso que o programa dará para o alcance das metas de descarbonização do estado de São Paulo. “Com a operacionalização desse fundo, estamos dando mais um importante passo para impulsionar a descarbonização almejada nos nossos planos de Ação Climática e de Energia e tornar as pequenas e médias indústrias paulistas mais competitivas, reduzindo custos operacionais e promovendo a geração de emprego e renda”.
O PotencializEE pode viabilizar uma economia de mais de 7 TWh no consumo de energia até 2025, de acordo com projeções da Semil. Com isso, podem ser mitigadas a emissão de 1,1 milhão de toneladas de CO₂ equivalentes (MtCO₂e).
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