O modelo de venda direta de etanol hidratado, que permite aos produtores venderem diretamente aos postos de combustível sem a intermediação das distribuidoras, está ganhando destaque principalmente no Nordeste, despertando um crescente interesse quase dois anos após sua introdução. A adesão tem aumentado nos últimos meses impulsionada pela demanda contida e poucas perspectivas de melhoria no curto prazo, transformando o cenário tradicional de distribuição.
As vendas têm acontecido principalmente nos estados de Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte, locais onde há grande potencial de produção e as produtoras estão mais próximas dos postos. De acordo com participantes deste mercado, a mudança é vantajosa por reduzir os custos para o consumidor final, já que algumas transações e margens de lucro são excluídas ao longo da cadeia de abastecimento. Segundo porta-voz de uma usina alagoana, a venda direta diminui o preço do etanol em R$ 0,20/l.
Apesar do otimismo, as vendas diretas ainda têm atraído críticas por parte de pequenos e médios distribuidores. O sentimento é que existe um consenso de que enfrentam uma concorrência crescente e margens mais estreitas num ambiente comercial já difícil. Para grandes players seria economicamente inviável fragmentar as vendas em cargas menores.
O cenário do mercado spot do etanol avança em ritmo lento desde o início da safra nordestina, com distribuidoras relutantes em formar estoques enquanto persistem dúvidas quanto ao desempenho do biocombustível nas bombas.
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