Com 2,5 mil aeronaves voltadas ao setor agrícola, atrás somente dos Estados Unidos no mundo, além dos mais de 3 mil helicópteros e drones, que operam com equipamentos embarcados e aplicativos on-line de alta tecnologia e garantem alta precisão na emissão de defensivos e no cuidado das lavouras, a Câmara Federal realizou uma audiência pública sobre a lei brasileira relativa à aviação agrícola nesta quarta-feira (30), na Comissão da Agricultura, Pecuária e Política Rural (CAPADR). A Federação dos Plantadores de Cana do Brasil (Feplana), representada pelo técnico da Canasol, Guilherme Bueno, destacou no debate a relevância do uso de drones no combate a pragas no setor canavieiro, formado em sua maioria por pequenos agricultores de economia familiar, sendo, portanto, indispensável para a sociedade a manutenção desse tipo de legislação.
"Mais de 82% das milhares de famílias de canavicultores no país são formados por pequenos produtores. A aplicação aérea por drones é crucial para o setor. Na cana, fica inviável de se pulverizar qualquer substância quando o canavial está formado, por isso que a aplicação via aérea tem que ser mantida", frisou Guilherme. A cigarrinha, que é uma praga comum nos canaviais e que pode gerar um prejuízo de 25% até 60% na planta, e de até 11% na soca da cana, só é controlada, por exemplo, através da pulverização de substâncias, inclusive biológica, via aérea", destacou Guilherme.
O setor de aviação agrícola já gera mais de 10 mil empregos em diversas áreas no Brasil. A lei para este ramo em vigor desde 2009, conforme pontuou o Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola, é semelhante à da Europa. A aviação agrícola significa segurança e modernidade para o setor rural no país e tem muito para evoluir, sobretudo, como destacou a Embrapa, nos insumos e com o desenvolvimento dos defensivos biológicos, como já são usados na cana de açúcar.
Conceitos científicos com o emprego de tecnologias e ferramentas modernas de alto desempenho voltados à aplicação segura avançaram nos últimos anos. O especialista no assunto, o professor da Universidade Federal de Lavras (UFLA), Wellington Alencar, mostrou benefícios para o campo, à academia e à natureza.
É fato inconteste que o uso de tecnologia impulsionou o Brasil como um dos maiores produtores agrícolas nacionais e, conforme relacionou na audiência a Aprosoja, a aviação agrícola teve e tem um papel fundamental para o país continuar cumprindo este papel. Além da aplicação de fertilizantes a pesticidas cada vez mais eficiente e com profissionalismo e regulação reduzindo perdas produtivas e danos ambientais, auxilia até no combate de incêndios.
A Feplana, presidida por Paulo Leal, parabeniza o deputado, Tião Medeiros (PP-PR), presidente da CAPADR, pela realização da audiência porque colabora para esclarecer a sociedade sobre a aviação rural, indispensável para todos. "Debates desse tipo ajudam inclusive à opinião pública a questionar ações e medidas pontuais e errôneas que busquem a proibição das pulverizações aéreas, estas que têm sido ferramentas de baixo impacto de carbono e ecologicamente corretas", disse o parlamentar. Ele pretende expandir essa discussão para que o Congresso Nacional, o Poder Executivo e sobretudo o Judiciário entendam a importância dessa tecnologia para o agro e o Brasil.