Nos próximos dois anos, a partir desta quarta-feira (12), o Senado passa a debater políticas públicas sobre hidrogênio verde através de uma Comissão Especial em busca de encontrar uma solução energética limpa para o Brasil do futuro. No debate, porém, diante da falta de visibilidade dada ao etanol, cujo o hidrogênio à base de cana de açúcar já está em estudos, a Federação dos Plantadores de Cana do Brasil (Feplana), presente no local, solicitou ajuda de senadores para considerar essa matriz energética sustentável e oriunda dos 60 mil canavicultores do país, recebendo assim amplo apoio. Uma subcomissão específica será criada, tendo o senador Marcos Pontes (PL-SP) como subrelator.
A decisão da criação foi tomada pelo presidente da Comissão, o senador Cid Gomes (PDT-CE), tendo a adesão do relator, o senador Otto Alencar (PSD-BA). Atenderam a solicitação de Marcos Pontes e do senador Luís Carlos Heinze (PP-RS), ambos em atendimento ao pleito da Feplana durante a sessão inaugural. "Assim, a comissão evita o equívoco de não pautar o hidrogênio verde a partir da cana e as tecnologias relacionadas que deveremos estar usando nos próximos anos, promovendo grande revolução na transição energética mundial", diz José Severo, assessor técnico da Feplana presente no local.
Paulo Leal, presidente da Feplana, endossa posição ao dizer que, como o hidrogênio verde a partir da cana poderá ser extraído direto do etanol e do biogás, ele será a tecnologia mais próxima de acontecer. Tais circuitos de produção já estão adiantados.
A transformação ocorre numa célula de combustível instalada no próprio carro, ou seja, o carro elétrico que será abastecido com álcool. Um componente que extrai o hidrogênio contido na molécula do etanol. E um reator que converte o hidrogênio em eletricidade para alimentar o motor. O mesmo pode ser feito via o biogás, já produzido das sobras industriais da produção do etanol e do açúcar (palha, bagaço, vinhaça e torta de filtro, parte sólida da filtração do caldo da cana dentro das usinas).
Bel Coutinho