Na última segunda-feira (26) aconteceu o III Fórum ANEC Mulheres, evento que promoveu networking e contou com diversas palestras de lideranças executivas femininas, reunindo mais de 155 pessoas em São Paulo (SP). Realizado pela Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (ANEC), o encontro foi idealizado pelo Comitê ANEC Mulheres e busca incentivar a liderança feminina no agronegócio. Participaram do evento mulheres de destaque em grandes empresas do segmento.
Dando início ao evento, a gerente de comunicação e eventos da ANEC, Bartira Santa Catarina, agradeceu a presença de todos, destacando que os desafios da liderança feminina é uma pauta de toda a sociedade.
A conselheira do comitê ANEC Mulheres, Cátia Jorge, reforçou a relevância da atuação das mulheres no agro e as características que tornam as empresas inclusivas mais competitivas. Ela também agradeceu a participação dos presentes e do patrocinador Cotecna, apoiadores CIS Inspections, Agroplate, Cargonave, Agrinvest e empresas participantes do III Fórum ANEC Mulheres, Control Union, Rio Grande Fumigação, World Shipping, Amazon Fumigations, Willians, Biofix Agri, Ecotec, LBH Brasil e Unimar.
Gestão da felicidade
A publicitária e fundadora do Ideias q Movem, Roberta Landmann, compartilhou sua história de vida e superação após ter um Acidente Vascular Cerebral (AVC), que mudou sua trajetória. Foi após esse episódio que ela decidiu cursar mestrado em Ciência da Felicidade pela Centenary University, nos Estados Unidos e pesquisar sobre o tema. “A felicidade é a nossa principal moeda de troca, pois tudo que as pessoas fazem é procurar ser feliz”, descreve.
Segundo ela explica, na ciência da felicidade, há três grandes mitos sobre o que é a verdadeira felicidade: ser feliz é estar feliz sempre; serei feliz quando...; só é feliz quem tem sorte. No entanto, na prática, para Roberta, a felicidade está presente no trabalho duro e no presente.
Ela compartilhou a indicação do livro “The How of Happiness” (na tradução para o português, O Como da Felicidade)da escritora norte-americana, Sonja Lubomirsky que aborda a ciência da Felicidade e informa que existe uma “torta da felicidade”, onde indica que 50% da felicidade é genética, 40% são ações intencionais e 10% são circunstâncias da vida.
Evolução da Execução
Dando sequência no evento, a especialista de Contratos Padrão ANEC, Márcia Akisue compartilhou sua trajetória profissional que contemplam 38 anos de experiência. Atualmente, Márcia atua como conselheira para diversas empresas do agronegócio.
No III Fórum ANEC Mulheres, Márcia compartilhou a importância da Execução e como a evolução da área acompanhou a evolução das tecnologias. “A tecnologia está ligada ao serviço de execução, quando comecei na área, passei por diversos formatos para a comunicação do item. No início, utilizávamos o Telex para emitir os contratos de execução, após disso, passamos para o fax que até nos dias de hoje, não entendo como conseguia receber uma informação da Alemanha em poucos minutos. Passamos para os computadores desktops, notebooks e nos dias de hoje, fazemos o trabalho diretamente via smarthphone”, comenta.
Liderança e empreendedorismo feminino
Já a advogada Katia Madeira, fundadora da MKA – Madeira Kliauga e Oliveira Advogados e MKA Sports INTL palestrou sobre “Liderança e Empreendedorismo Feminino”. Katia compartilhou sua trajetória profissional, em especial, os desafios em um mercado com a maioria dos cargos ocupados por homens. “Enquanto mulher que atua como advogada no agronegócio, enfrentei desafios em relação à representatividade, salário e assédio moral”, comenta.
Como forma de mudar esse cenário, Katia decidiu que tanto na MKA - Madeira Kliauga e Oliveira Advogados, quanto na MKA Sports INTL, toda a equipe de trabalho seria composta por mulheres. “Eu queria criar um espaço onde as mulheres pudessem trabalhar tranquilamente, sem a opinião de um alguém do sexo masculino”, diz.
Eficiência logística
Dando sequência no III Fórum ANEC Mulheres, a Gerente Executiva de Produção da Rumo, Mayhara Chaves compartilhou sua história de vida e sua trajetória profissional de 20 anos.
Mayhara compartilhou com os presentes dados da logística no agronegócio e a expectativa de sua expansão. “Em 2024, foram exportados 1,2 bilhão de toneladas em cargas e os gastos com transporte para esse volume==representam 18,5% do PIB”, comenta.
A especialista também compartilhou a existência do projeto da ferrovia do Mato Grosso, que visa integrar o estado ao porto para agilizar o processo de exportação de commodities. “Esse projeto será contemplado com 743 km de ferrovias, VMA de 80 km/hora, 22 pontes, 21 viadutos e 5 passagens inferiores, uma linha singela com pátios a cada 25 km e estará presente em 16 municípios do Mato Grosso”, destaca.
Preconceito e desafios enfrentados pelas mulheres
Para finalizar o evento, o III Fórum ANEC Mulheres promoveu um painel com a participação do presidente da Cargill, Paulo Souza e de quatro mulheres de inspiração no agro: a conselheira do Comitê ANEC Mulheres, Cátia Jorge; a pedagoga e coach executiva, além de consultora em Recursos Humanos & Estratégia do Negócio, Cristiane Pellicano e a Pedagoga, conselheira, membra da Comissão de Pessoas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGC) e vice-presidente do Instituto Pactua, Iris Pereira.
Cátia Jorge abriu o painel compartilhando que já sofreu preconceito no setor por ser mulher. “Infelizmente, o preconceito está presente quando a mulher não é promovida para cargos de liderança e sim os homens”, destaca.
Neste sentido, Iris Pereira destaca que o maior desafio das mulheres no mercado de trabalho é justamente conquistar cargos de relevância. “As empresas tendem a buscar profissionais masculinos por acharem que são mais preparados e por não considerarem as profissionais aptas a assumirem riscos. Eu ressalto que é crucial enfrentar e assumir os riscos para conquistar espaços relevantes”, comenta.
Complementando a fala de Iris, Cristiane Pellicano, ressaltou que as empresas vêm apresentando maior diversidade de gênero e inclusão, considerando esse ponto como um valor de relevância. “Aos poucos, as empresas estão percebendo que ter diversidade em seu quadro significa mais resultado e lucratividade. É algo que beneficia o colaborador e a organização”, afirma.
Para finalizar o debate e mostrando um outro ponto de vista, Paulo Souza compartilhou que o agronegócio brasileiro é um exemplo de indústria de sucesso, além de ser o setor mais dinâmico e rentável da economia. Esse mercado, segundo ele, tem se reinventado com o passar dos anos, com a colaboração das mulheres que atuam no mercado. Conforme os anos avançam, os executivos mais velhos se aposentam e dão espaço para os mais novos, que possuem outra mentalidade, comenta.
Premiação e reconhecimento
No III Fórum ANEC Mulheres, Bartira Santa Catarina, gerente de Comunicação e Eventos da ANEC, anunciou a Wilson Sons, operadora de logística portuária e marítima do Brasil com vencedora da III edição do Prêmio ANEC Mulheres Diversidade, por seu projeto “Porto Delas”, que promove a capacitação de mulheres para atuarem no setor portuário.
No final do evento, Bartira também foi reconhecida pela realização de eventos de excelência da ANEC, bem como os Fóruns ANEC Mulheres, os tradicionais jantares ANEC e tantos outros. A homenagem foi feita por Bárbara Doddi, secretária executiva da ANEC, junto ao diretor geral da Associação, Sérgio Mendes.