O governo federal anunciou nesta quinta-feira (20) o lançamento do Programa Crédito do Trabalhador, que permitirá que trabalhadores com carteira assinada (CLT) tenham acesso a empréstimos consignados com taxas de juros reduzidas. O objetivo é proteger os trabalhadores dos juros elevados praticados pelo mercado e oferecer uma alternativa segura para a renegociação de dívidas.
Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a iniciativa busca inibir o superendividamento e oferecer crédito a taxas mais acessíveis. “Apesar do aumento da Selic, estamos criando um caminho para que o trabalhador renegocie suas dívidas a taxas mais civilizadas”, destacou o ministro.
Atualmente, trabalhadores que recorrem ao crédito pessoal podem pagar entre 5% e 6% de juros ao mês, o que representa um custo elevado ao longo do tempo. Com o novo programa, os bancos poderão oferecer crédito com desconto direto na folha de pagamento, reduzindo o risco de inadimplência e permitindo taxas menores.
Como funciona o novo crédito consignado?
A partir de amanhã, 21 de março, os trabalhadores poderão solicitar propostas de crédito diretamente pelo aplicativo Carteira de Trabalho Digital (CTPS Digital). O empréstimo terá como garantia os recursos do FGTS, o que possibilita taxas de juros menores.
Para aderir, o trabalhador deve autorizar o acesso a dados básicos, como nome, CPF, margem consignável do salário e tempo de empresa. Com essas informações, os bancos poderão enviar ofertas em até 24 horas, permitindo que o cliente compare as taxas antes de contratar o crédito.
Já a partir de 25 de abril, os bancos também poderão disponibilizar essa linha de crédito em suas próprias plataformas digitais, ampliando o acesso dos trabalhadores ao programa.
Juros menores e proteção contra endividamento
De acordo com Haddad, o principal benefício do crédito consignado para CLT é a redução do impacto das altas taxas bancárias sobre os trabalhadores. Ele destacou que, em muitos casos, a dívida se torna impagável não pelo valor tomado, mas pelos juros abusivos.
"Se você dá condições para o trabalhador administrar suas dívidas com um juro mais razoável, você impede o superendividamento”, explicou o ministro.
Além disso, a taxa de juros poderá ser ainda menor dependendo do tempo de emprego e do setor econômico em que o trabalhador atua. “Agora, uma empregada doméstica que tem cinco, dez anos de serviço poderá acessar um crédito mais barato, algo que antes não era possível”, completou Haddad.
Com essa nova medida, o governo busca dar mais segurança financeira aos trabalhadores, reduzir a inadimplência e impulsionar o consumo sem comprometer a renda das famílias.