Como a tecnologia é determinante para o setor de energia?

Por Marcos Leite

Como a tecnologia é determina

Por Marcos Leite

O setor de energia está entre os mais promissores do país. O Brasil, com sua ampla matriz energética, que inclui desde usinas hidrelétricas até fontes renováveis e a abertura do mercado livre de energia, coloca-se no radar dos mercados com maior potencial de crescimento. Diante disso, torna-se essencial que o segmento invista no uso de tecnologias que permitam uma utilização inteligente de ferramentas, otimizem operações e melhorem a tomada de decisões estratégicas.

Falar sobre tecnologia, atualmente, pode parecer repetitivo. Afinal, há muito tempo, ela deixou de ser um diferencial e se tornou uma necessidade nas organizações. Através do seu uso, as empresas têm acesso a informações em tempo real que, quando analisadas corretamente, podem se transformar em oportunidades valiosas. Essa conscientização ganhou ainda mais destaque com o avanço da inteligência artificial (IA), que vem ressignificando os modelos de gestão e operação das organizações.

Assim como em outros setores, o de energia também tem passado por uma profunda transformação digital nos últimos anos. E, diante do atual momento de expansão vivido pelo setor, torna-se crucial a utilização de ferramentas tecnológicas que auxiliem na melhoria da governança, controle de fluxos, gestão financeira e contábil, entre outros aspectos. Não à toa, um estudo da Minsait, 67% das empresas do segmento planejam aumentar seus investimentos em tecnologia nos próximos dois anos.

Essa conscientização é fundamental, especialmente, considerando os desafios que o segmento enfrenta. O Brasil é conhecido por ter um dos sistemas tributários mais complexos do mundo, com uma legislação que muda frequentemente e particularidades regionais que precisam ser seguidas. O não cumprimento dessas normas pode resultar em penalizações e multas, impactando diretamente a conformidade (compliance) das empresas.

Além das questões fiscais, as geradoras de energia enfrentam o desafio de estabelecer uma gestão ágil e eficiente em meio às constantes mudanças e tendências que afetam o setor. Nesse contexto, a tecnologia surge como um alicerce essencial, integrando-se a esses desafios e proporcionando agilidade e eficiência na gestão.

Apesar dos inúmeros benefícios que a tecnologia oferece, é comum o equívoco de que ela resolverá todos os problemas, quando na verdade, ela é um meio, e sua eficácia depende da organização prévia dos processos. Para que a implementação tecnológica seja bem-sucedida, é crucial que as empresas identifiquem os pontos sensíveis de seu negócio.

Uma solução eficaz nesse sentido é a adoção de um ERP, que atua diretamente na organização dos processos, fornece dados em tempo real e gera insights valiosos a partir das informações disponíveis. Além disso, o sistema de gestão pode integrar-se com outras tecnologias promissoras como IA, Business Intelligence (BI), Big Data e Internet das Coisas (IoT), centralizando dados e registros, e facilitando o cumprimento das obrigações legais, adaptando-se às legislações regionais.

Implementar um novo sistema e um modelo operacional mais eficiente não é uma tarefa simples, e dificilmente será realizada sem o suporte adequado. Por isso, contar com uma consultoria especializada no setor é uma excelente alternativa, pois permite identificar gargalos e pontos de melhoria que impulsionam o desempenho.

Assim como outros setores já comprovam a eficácia da tecnologia no dia a dia das operações, o mesmo deve ser adotado pelas geradoras de energia. Com a expansão prevista para o mercado energético nos próximos anos, é essencial que as empresas estabeleçam uma base sólida, focando não apenas no planejamento, mas também na preparação para a integração de novas tecnologias. Afinal, para enxergar o futuro, é preciso encontrar a fonte certa de iluminação.


Marcos Leite é executivo da SPS Rio.

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