Em Dubai, presidente da Embrapa destaca capacidade brasileira de criar soluções para a sustentabilidade na agricultura

O presidente da Embrapa, Celso Moretti, deu palestra nesta segunda, 15, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Ele descreveu a história da agricultura brasileira, mostrou que ela é baseada em ciência e explicou tecnologias recentes capazes de mitigar a emissão de carbono.

A palestra foi dentro da programação do "Fórum Invest in Brazil", evento que tem o objetivo de promover o Brasil entre os árabes e busca firmar novos acordos bilaterais. É organizado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). Entre as autoridades brasileiras que estiveram no Fórum estão o presidente Jair Bolsonaro, os ministros Paulo Guedes (Economia), Tarcisio de Freitas (Infraestrutura), Tereza Cristina (Agricultura), Bento Albuquerque (Minas e Energia), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Carlos França (Relações Exteriores), Braga Netto (Defesa) e Gilson Machado (Turismo).

No fórum também esteve presente uma missão empresarial da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Participaram mais de 300 empresários e executivos brasileiros, além de autoridades e investidores árabes.

Entre os vários encontros com empresários, dirigentes e autoridades, Celso Moretti se reuniu com a Ministra de Mudanças Climáticas e Meio Ambiente dos Emirados Árabes Unidos, Mariam Almheiri, discutindo parceria entre a Embrapa e instituições dos Emirados. O presidente Jair Bolsonaro afirmou à imprensa, ainda no sábado, 13, que os Emirados Árabes Unidos querem a presença permanente da Embrapa no país. Ele revelou este interesse após encontro com o primeiro-ministro dos Emirados Árabes e emir de Dubai, Mohammed bin Rashid Al Maktoum. 

Agricultura baseada em ciência

O título da palestra foi "Brazil Agribusiness Market: Connecting Sustainable Technology with Profitability". Nela, Celso Moretti destacou a evolução da agricultura brasileira. Citou que antes dos anos 1970 a pobreza rural era dominante, havia crises de fornecimento de alimentos constantes e o País era conhecido apelas pela produção de café e açúcar. Desde então, o Brasil investiu em pesquisa agrícola, estabelecendo uma trajetória de aprendizagem sobre produção agrícola baseada em ciência. Disse que essa evolução passou por três grandes fases: expansão, competitividade e sustentabilidade. "Nossos alimentos hoje alcançam todo o planeta. São mais de 800 milhões de pessoas e mais de 200 países.", exemplificou.

Celso Moretti destacou que a Embrapa tem um forte sistema e trajetória de inovação. Mostrou como se estrutura e como atua. Contou um pouco da história e sua atuação internacional, por meio de cooperação científica com instituições de pesquisa de todo o mundo, citando como exemplo os Labex. Também abordou a cooperação técnica particularmente com AL e África.

O presidente Moretti chamou a atenção para o fato de que a Embrapa atua fortemente em pesquisas e apoio aos produtores rurais para a implementação de um conjunto de iniciativas que visam a descarbonização da agricultura. Citou que a Empresa desenvolve, transfere e disponibiliza tecnologia para empresas e consultorias protocolos para a implantação de iniciativas de descarbonização da agricultura. Citou Carne Carbono Neutro, Soja Baixo Carbono, Leite de Baixo Carbono e deu exemplos como a Fixação Biológica do Nitrogênio, o biofertilizantes Biomaphos e sistemas de controle biológico. 

Moretti chamou a atenção para o fato de que todos os modelos de negócios serão afetados pela transição do carbono zero até 2050. E lembrou que, além de dominar tecnologia baseada em baixo impacto sobre emissões, o Brasil cultiva apenas 7,6% de sua área total, muito menos do que alguns dos mais importantes países do Mundo. Dinamarca, por exemplo, ocupa 76,8%; Reino Unido, 63,9%; e Índia, 60,5%. Para o presidente da Embrapa, por sua trajetória, investimento em ciência e conhecimento disponível, o Brasil "está muito bem-posicionado para dar soluções em tecnologia e alimentos para o mundo com sua agricultura baseada em ciência", disse.

Jorge Duarte

Embrapa

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