ESG: A revolução aliada da sustentabilidade

Por Roberto Marques

ESG: A revolução aliada da s

Por Roberto Marques

Na década de 1970, Milton Friedman, renomado economista vencedor do Prêmio Nobel de 1976, defendia que “a responsabilidade social das empresas é aumentar os seus lucros”. Se na época tal teoria, publicada em artigo no jornal NY Times, já suscitava muitas críticas, imagine no cenário atual, onde a maioria das empresas reconhece que o impacto social e ambiental deve fazer parte de sua estratégia empresarial.

Hoje, as necessidades sociais e ambientais e as oportunidades de negócio fazem parte de um planejamento único, transformando a maneira como as organizações elaboram estratégias, impulsionam o desempenho e reportam resultados.

Analistas da consultoria Deloitte defendem que as organizações líderes adotem o modelo de “dupla missão transformadora”, que aborda conjuntamente a rentabilidade e a sustentabilidade.

Para atingir esse equilíbrio, um dos grandes desafios da indústria é otimizar a eficiência energética, de modo a reduzir custos e as emissões de escopo 1, que são as emissões liberadas como resultado direto das operações da própria empresa, e as de escopo 2, que são emissões indiretas da geração de energia comprada de um fornecedor de serviços públicos.

Melhorar efetivamente a eficiência energética não é tão simples, já que o consumo não está concentrado em um ou dois pontos das linhas de produção, mas sim distribuído por diversos ativos, processos e instalações. Para cada local onde as empresas consomem energia, é preciso escolher as melhores abordagens a partir de uma longa lista de tecnologias para a melhoria da eficiência, incluindo mudanças operacionais, soluções de automação industrial e otimização de processos de produção. Acertar essas decisões e implementá-las na melhor sequência requer uma análise cuidadosa e cálculos detalhados de ROI.

Organizações adotam a produção sustentável

Desde o início da era industrial, o setor de manufatura tem evoluído e se adaptado em resposta a inovações tecnológicas e mudanças nas demandas do mercado. Agora, mais um drive vem se juntar a essa constante revolução: os princípios ESG.

Em todo o mundo, organizações estão gerando benefícios financeiros e ambientais com a produção sustentável. Segundo a Agência de Proteção Ambiental dos EUA, a produção sustentável é “a criação de produtos manufaturados por meio de processos economicamente sólidos que minimizam os impactos ambientais negativos, ao mesmo tempo que conservam energia e recursos naturais”.

Líderes de negócio adotam a produção sustentável para reduzir custos e desperdícios, melhorar a eficiência operacional, obter vantagem competitiva e manter a conformidade.

Além disso, devem investir em produtos sustentáveis que sejam mais reparáveis e menos descartáveis para que possam ser reintroduzidos na cadeia de produção (Economia Circular), reciclá-lo ou até facilitar no processo de decomposição que reduza o impacto ambiental.

Esse movimento exige uma transformação empresarial em grande escala, segundo análise da consultoria PWC. As empresas que estabelecerem novos objetivos estratégicos terão que alinhar as suas operações comerciais com práticas sustentáveis. E é aí que mora o grande desafio, alinhar os princípios ESG com as ações práticas cotidianas da empresa, que já estão acostumadas há muito tempo com conceitos que não são imediatos e com lucro predatório.

Por conta das mudanças relacionadas com as práticas ESG, em muitos casos, os novos modelos levarão a transformações de grande alcance na forma como a organização está estruturada e opera. Essas ações não são mais de domínio de um grupo de especialistas, cada funcionário terá que lidar com isso em seu trabalho e na sua vida cotidiana.

As empresas estão evoluindo suas estratégias de sustentabilidade para responder a esses desafios. Na medida em que as organizações investem em soluções de ponta, a união da tecnologia, como sistemas de automação industrial, com os princípios ESG, abrirá caminho para um futuro mais sustentável, resiliente e responsável.


Roberto Marques, gerente geral da divisão CNC na Mitsubishi Electric Brasil

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