A ORPLANA - Organização das Associações de Produtores de Cana-de-Açúcar do Brasil tem buscado, nos últimos anos, mais destaque e protagonismo para seus mais de 12 mil produtores. O trabalho desenvolvido pela maior representante de canavicultores do Brasil e do mundo - 33 associações integrantes em seis estados brasileiros - é para que a classe ganhe cada vez mais espaço e lugar de fala, sendo inserida nas políticas públicas e nas discussões econômicas governamentais e de órgãos do setor.
Dentro desse propósito, a ORPLANA promove o Cana Summit nos dias 10 e 11 de abril, em Brasília/DF, com fóruns e painéis sobre as temáticas sucroenergéticas e o potencial dos produtores de cana do Brasil.
“Há diversas leis em que o produtor de cana-de-açúcar não está inserido. Precisamos mudar esse cenário. O nosso desafio há mais de uma década é conseguir essa inserção do produtor de cana, mostrar sua importância e o Cana Summit tem esse papel”, explica o CEO da ORPLANA, José Guilherme Nogueira.
Entre os desafios da ORPLANA está a busca junto à indústria e governo de um acordo viável para o repasse financeiro dos CBIOs (Créditos de Descarbonização), dentro do programa RenovaBio (Política Nacional de Biocombustíveis). Outra reivindicação antiga diz respeito à melhora na precificação da cana por parte do Consecana (Conselho de Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Etanol do Estado de São Paulo), já que o valor pago atualmente - menos que US$ 35 por tonelada – fica aquém dos custos de produção e aparece na retaguarda da tabela mundial.
“Queremos dar voz para os produtores de cana e fazer que seus anseios sejam ouvidos. Sobre o repasse de CBIOs, o valor repassado é inviável, já que fica abaixo do esperado pelos produtores. Ocorre ainda que nem todas as usinas repassam os valores devidos, além de utilizar os dados dos mesmos para a captura de créditos”, reforça o executivo.
Em relação ao impasse com o Consecana, acordo firmado em outubro do ano passado prevê a revisão dos parâmetros técnicos e econômicos e apresentação de um novo valor até 30 de junho de 2024, com a aplicação de ajustes, se necessário, ainda na safra 2024/2025.
"São vários os projetos e políticas públicas em que buscamos um alento ao produtor. E estar em Brasília com um evento de grande porte é uma forma de fincar a bandeira e mostrar que a classe tem força, está unida e empenhada em alcançar seus objetivos”, conclui Nogueira.