Auditores-fiscais da Receita Federal seguem com a operação padrão que começou na segunda-feira passada (27) nas unidades alfandegárias de todo o país.
A iniciativa é parte das ações de protesto da categoria pelo corte de R$ 1,2 bilhão do orçamento do órgão para este ano, pela falta de concurso público para o preenchimento das vagas em aberto e pelo não cumprimento pelo governo de acordo para o pagamento de bônus de eficiência a classe.
Segundo o presidente do Sindifisco Nacional em Mato Grosso do Sul, Anderson Novaes, não houve nenhum avanço na negociação com o governo para o cumprimento da pauta de reivindicações. Ele lembrou que ainda no dia 27 houve uma reunião com o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, para discutir as demandas, mas nenhum compromisso ou prazo foi estabelecido.
"Diante dessa inercia e descaso do governo federal com a categoria, a mobilização prossegue em todo o país. Em Mato Grosso do Sul o movimento nas unidades alfandegárias de Corumbá, Ponta Porã e Mundo Novo foi tranquilo neste início de semana, até por conta a passagem de ano.
Mas a expectativa é que com a retomada do comércio internacional nesta semana, o movimento de caminhões aumente nessas aduanas, a exemplo, o que deverá causar a formação de longas filas, como já ocorreu em Ponta Porã, na semana passada", avalia Novaes.
O presidente do Sindifisco Nacional MS explicou que durante a operação ocorre uma demora maior no desembaraço de mercadorias exportadas e importadas em razão da verificação mais detalhada dos produtos e análise redobrada da documentação. Ele disse que o procedimento é aplicado a todos os tipos de mercadorias, exceto, aos medicamentos, insumos médico-hospitalares, cargas vivas e perecíveis.
Além da operação padrão, desde o dia 20 de dezembro do ano passado, auditores-fiscais que ocupavam funções de chefia nas unidades da Receita no estado e em todo o país entregaram os cargos.
Em Mato Grosso do Sul, 19 chefias pediram exoneração, incluindo os delegados e delegados-adjuntos das aduanas de Corumbá, Ponta Porã e Mundo Novo e da unidade de Campo Grande.
Entre as outras ações aprovadas na assembleia nacional e ratificadas na estadual está a implementação da chamada meta "zero" para todos os setores e atividades, de modo que fiscalizações fiquem sem resultado e encerramento.
Também ocorre paralisação de todos os projetos do plano operacional da Receita e deixarão de ser preenchidos os relatórios de atividades.
Foto Diário Corumbaense