São Paulo é o maior gerador nacional de bioeletricidade a partir de biomassa, contribuindo, diretamente, com a redução de emissão de gases do efeito estufa (GEEs). Segundo dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (UNICA), a geração de bioenergia do estado, no acumulado de janeiro a outubro deste ano, foi de 10.810 GWh. Sendo que, somente, em 2023, a produção paulista alcançou a marca de 12.445 GWh para a rede nacional, com um acréscimo de 13,6% em relação a 2022 (10.958 GWh).
A Secretaria de Agricultura e Abastecimento de SP (SAA) vem atuando em diversas frentes no âmbito da transição energética. “São Paulo será protagonista, o mundo aposta em eficiência energética e nas matrizes renováveis para a redução das emissões de gás carbônico”, destaca o secretário de Agricultura, Guilherme Piai.
A estimativa é de que a produção de bioeletricidade paulista, gerada para a rede, tenha evitado a emissão de 2,7 milhões de toneladas de CO2, marca que seria atingida com o cultivo de 18,5 milhões de árvores nativas ao longo de 20 anos. “O Estado tem 210 usinas termelétricas outorgadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica, quase 50% das 427 instaladas no país que operam, atualmente, tendo o bagaço e a palha de cana como combustíveis principais”, ressalta a gerente de Bioeletricidade da UNICA, Zilmar Souza.
Enquanto, o Brasil teve uma produção bioenergética total de 28,1 mil GWh para a rede, o que representou uma participação paulista de 44,2% do total no país. Esses números só demonstram o compromisso de São Paulo com a energia renovável e sustentável, e o potencial que o estado tem para liderar essa transição no Brasil.
“São Paulo tem um grande patrimônio chamado cana-de-açúcar. Boa parte do nosso plano vem a partir desse ciclo, que conseguimos aproveitar em sua plenitude. Vai nos fornecer não só etanol de primeira, mas também de segunda geração, além de fertilizantes, biogás, biometano, hidrogênio que vem a partir da reforma do etanol e o combustível sustentável de aviação”, comemora o governador Tarcísio de Freitas.
O pesquisador do Instituto Agronômico (IAC - Apta), ligado à SAA, Heitor Cantarella, destaca que São Paulo é uma referência no setor devido ao grande número de usinas de açúcar e etanol operando dentro da unidade federativa. “O estado tem a maior participação da bioenergia em sua matriz, graças ao setor canavieiro. Além do etanol, a bioeletricidade do bagaço de cana-de-açúcar contribui, significativamente, para a matriz energética sustentável de São Paulo e do Brasil”, ressaltou Cantarella. O pesquisador destaca ainda que a energia a partir do bagaço de cana é gerada nos meses mais secos do ano, quando a produção das hidrelétricas é menor.
Para Ricardo Rosário, coordenador de Transição Energética da SAA, um dos principais destaques da bioenergia atualmente é o uso de biogás e biometano, sendo que o Estado de São Paulo vem realizando todos os esforços para estimular a produção. “No agro, por exemplo, procedimentos de licenciamento ambiental estão sendo aprovados e todas as cadeias produtivas estão sendo encorajadas a aumentar a sua produção por meio da implantação de biodigestores e outras tecnologias”, explicou Rosário.