A cultura do algodão está vivendo uma revolução tecnológica que beneficia diretamente a rentabilidade dos produtores. Com a área plantada prevista para crescer 7,4% na safra 2024/2025, alcançando 2,14 milhões de hectares, o setor mostra cada vez mais força no país. A produção está estimada em quase 4 milhões de toneladas, um salto de 8%, segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa).
Essa verdadeira onda de modernização e crescimento é resultado de investimentos em pesquisa para o desenvolvimento de produtos que ampliam a performance das plantas, além de fortalecê-las como um todo. Uma dessas novidades destinadas à cultura do algodão foi desenvolvida a partir de uma mistura de Carbon-dots (Quantum dot de Carbono) complementares que sinalizam os processos fisiológicos primários e secundários do algodoeiro.
Patenteada e exclusiva, a tecnologia nasceu a partir de pesquisas dentro da Universidade de Brasília (UnB) em parceria com a Embrapa. “Nossa equipe desenvolveu o primeiro material sustentável que estimula os processos fisiológicos da planta e não impactam o meio ambiente”, afirma Marcelo Rodrigues, pesquisador, professor da UnB e sócio fundador da empresa Krilltech, que disponibilizar a solução sob o nome comercial KrillBloom.
A tecnologia conta com o Carbon Dot 1, que sinaliza os processos fisiológicos primários da planta, ampliando a eficiência da fotossíntese e, consequentemente, a produção de energia. Há também o Carbon Dot 3, que sinaliza os processos fisiológicos secundários, aumentando a absorção de nitrogênio, estimulando o desenvolvimento e a produção de flores. Outro benefício é a maior produção de enzimas antioxidantes, o que reduz o estresse térmico e deixa o algodoeiro mais saudável.
Tudo isso gera maior desenvolvimento das chamadas estruturas reprodutivas (flores, maçãs e capulhos), o que melhora a produção e, consequentemente, o rendimento do produtor de algodão. Em algumas propriedades onde a solução foi aplicada, a produtividade cresceu cerca de 35 arrobas por hectare, como atestado pela consultoria Círculo Verde Pesquisas Agronômicas.
Rodrigues explica que a cultura do algodão vive um grande momento no Brasil, mas é constante a demanda por lavouras mais produtivas e plantas saudáveis que produzam com qualidade. “Plantas são como atletas de alto rendimento, que precisam de estímulos naturais para alcançarem melhores resultados. A composição única que desenvolvemos atua diretamente nisso, promovendo uma série de benefícios sustentáveis, garantindo mais segurança e retorno financeiro ao produtor”, pontua.