Bem avaliado por quem cursou, ensino técnico é pouco conhecido pelos jovens

Apesar de estarem em uma fase de definição do futuro e da carreira que pretendem seguir, os jovens desconhecem a educação profissional – formação que abrange cursos técnicos, de qualificação, cursos superiores de tecnologia, entre outros voltados ao mercado de trabalho. Pesquisa do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) mostra que 42% dos brasileiros de 14 a 24 anos conhecem pouco ou nada sobre a formação técnica. 

O desconhecimento é maior entre os mais novos (índice sobe para 52% entre quem tem 14 a 17 anos), com menor escolaridade (62% quem tem até ensino fundamental), quem estuda em escola pública (46% versus 27% quem tem vínculo com escola privada) e tem menor renda (52% quem tem renda familiar até 1 salário-mínimo versus 34% para mais de 5 S.M.). 

Ainda que não tenham conhecimento sobre os cursos, os jovens demonstram curiosidade e vontade de cursar: 56% se interessam pela formação técnica. O interesse é maior entre os mais novos (62% entre quem tem 14 a 17 anos) e quem estuda em escola pública (57% versus 48% da privada). 

“A pesquisa reforça a necessidade de falarmos mais sobre a educação profissional. Considerando as altas taxas de evasão do ensino médio e o fato de que só cerca de ¼ dos estudantes vão para a faculdade quando terminam a educação básica, entendemos o porquê de os jovens, especialmente os mais novos, enxergarem nos cursos técnicos e de qualificação um caminho para conseguir o primeiro emprego e para continuar os estudos”, avalia o diretor-geral do SENAI, Gustavo Leal. 

Escolas do SENAI abrem as portas para orientar os jovens

Para esclarecer a população sobre o que é a educação profissional, as opções de cursos e as oportunidades de trabalho na indústria, o SENAI realiza, entre os dias 7 e 9 de agosto, o Mundo SENAI. O evento acontece simultaneamente em 410 escolas da rede, espalhadas em mais de 390 municípios das 27 UFs.  

Serão mais de 750 atividades, entre palestras, workshops e oficinas gratuitas. Na edição do ano passado, as unidades receberam mais de 280 mil visitantes. Durante os três dias, haverá ainda uma feira de empregos 100% on-line, com mais de 10 mil vagas, para candidatos de todo o país. As oportunidades são para diferentes níveis: de estágio, jovem aprendiz, nível técnico, qualificação e graduação, até especialistas com pós-graduação, coordenadores e gerentes. Para participar, é só entrar no site do Mundo SENAI - Evento nos dias 7 a 9 e clicar em “acesse o evento”.

“O Mundo SENAI já é um evento consolidado em toda a rede, que acontece anualmente em várias unidades do país. As escolas abrem as portas para receber estudantes em busca da primeira formação técnica e profissionais que já estão no mercado de trabalho e querem se atualizar. Eles conhecem a nossa infraestrutura, têm acesso às novas tecnologias e tiram dúvidas sobre os cursos, os requisitos, as vagas e o processo de matrícula”, ressalta o diretor Gustavo Leal. 

Avaliação é boa ou ótima para 3 de cada 4 jovens que cursaram 

A pesquisa do SENAI realizada com os jovens de 14 a 24 anos revela ainda que apenas 29% afirmam que frequentam ou já frequentaram algum curso profissionalizante. Desses, 75% consideraram a experiência ótima ou boa. A avaliação é ainda mais positiva conforme avançam a idade (entre quem tem de 22 a 24 anos aprovação chega a 89%) e a escolaridade (88% entre quem tem ensino superior). 

Segundo a última edição do Education at a Glance, a taxa de estudantes do ensino médio de 15 a 19 anos matriculados em programas de educação profissional no Brasil é de 11% contra 37% na média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Entre os estudantes de 20 a 24 anos, a diferença é ainda maior: no Brasil, só 11% cursam, enquanto a média da OCDE é de 65%.

Na pesquisa do SENAI que ouviu os jovens, o reconhecimento da relevância da formação técnica para a carreira é praticamente unânime: 95% acham curso profissionalizante importante para alcançar seus objetivos de vida. A pesquisa foi realizada pelo Instituto de Pesquisa em Reputação e Imagem (IPRI), com 2.007 jovens de 14 a 24 anos das 27 Unidades da Federação entre 3 e 9 de maio. A amostra é representativa da população e a margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais.