A Scania apresenta o K 230E B4x2LB, o primeiro ônibus elétrico 100% da marca no país. O modelo entra para a história e inicia a jornada de eletrificação da fabricante sueca no Brasil. O veículo tem autonomia entre 250 a 300km, tração 4x2, vocação urbana, opções de quatro ou cinco pacotes de baterias, e as vendas terão início na Lat.Bus 2024 ou Feira Latino-Americana do Transporte, que será realizada de 6 a 8 de agosto no Expo Imigrantes, em São Paulo.
“É com muito orgulho que lançamos o primeiro ônibus elétrico 100% Scania do Brasil. Estamos vivendo um ano muito especial para a história da marca no país. Nas vésperas de comemorar nossos 67 anos de Brasil, iniciamos mais uma jornada de transformação. A modernidade da eletrificação estará materializada em nossa fábrica. A partir do início da produção do ônibus elétrico, em março de 2025, a Scania não será mais a mesma”, afirma Alex Nucci, diretor de Vendas de Soluções da Scania Operações Comerciais Brasil.
“Nossos clientes serão convidados a embarcar conosco nesta nova viagem no principal Salão de Ônibus da América Latina, a Lat.Bus, em agosto. Aliás, aproveitando, vamos oferecer uma condição especial de preço de lançamento na Lat.Bus. Além disso, o Scania Banco vai oferecer um financiamento via funding verde, o mesmo usado para o modelo a gás, com taxa de juros referencial de 0,79%, muito competitiva”, avisa. “Mas, é necessário reforçar que nossa linha a diesel continuará disponível e entregando o menor custo total de operação, além da gama a gás. Vamos complementar nosso já eficiente leque de soluções para a mobilidade. O produto elétrico reforça o portfólio e não substitui outra matriz energética atualmente comercializada”, salienta Nucci.
O diretor também esclarece que a parceria entre a Scania, Eletra, Caio (carroceria) e Weg (motor e bateria), em um outro produto elétrico, firmada em 2022, segue normalmente. “Neste formato de negócio, a Scania fornece apenas o chassi. São veículos completamente diferentes”, conta Nucci.
Conhecendo o primeiro ônibus elétrico 100% Scania do Brasil
O K 230E B4x2LB tem autonomia de 250 a 300km (já dimensionado numa condição severa-extrema com ar-condicionado ligado e topografia irregular), e opções de quatro ou cinco pacotes de baterias. Sua vocação principal é a aplicação urbana, tem tração 4x2 e comporta carrocerias de 12 a 14 metros – capacidade média para 80 passageiros –, na configuração de piso baixo ou normal. “Vamos começar pela tração urbana 4x2 e potência de 230kW. Será um ciclo normal de aprendizagem de mercado, analisando as demandas dos clientes, como se desenvolverá a infraestrutura para atender aos veículos elétricos no Brasil. Ou seja, é uma jornada que não depende apenas da Scania”, revela Marcelo Gallao, diretor de Desenvolvimento de Negócios da Scania Operações Comerciais Brasil. “O K 230E B4x2LB tem motor elétrico Scania, câmbio Scania e bateria Scania-Northvolt, importados.”
A máquina elétrica oferece 230kW (equivalente a 310 cavalos). Trata-se de um motor ligado a um câmbio com duas marchas. “Ele vai modular nessas duas marchas e conectar no eixo traseiro. O ônibus tem um carregador de 130 kW, numa capacidade de carregamento de 150 a 170 minutos”, comenta. O propulsor é chamado EMC 1-2, tem potência contínua de 230kW a 1.750 rpm, torque de 2.200Nm a 0 rpm (curva plana em regime contínuo) e potência de pico de 300kW a 1.400 rpm. “No motor a combustão tradicional, o máximo torque é obtido após a aceleração contínua. Este elétrico é diferente. Ele já desenvolve o pico de torque em zero rotação, ou seja, assim que sair da imobilidade”, afirma Gallao.
O motor tem construção e design simples para facilitar a manutenção. Portanto, seu custo de manutenção é mais baixo comparado aos motores de combustão interna. Há também outra vantagem: menos ruído, o que aumenta a suavidade durante a operação. A caixa de transmissão de duas marchas traz maior conforto e eficiência em aclives e estradas irregulares.
Na interface de carregamento, ele transforma a energia que recebe de um carregador externo, que neste primeiro momento será importado. “Nós já estamos avaliando os carregadores de mercado, que giram em torno de 150 a 180kW. Teremos a liberdade para desenvolver uma solução localmente”, explica Gallao. O carregador proporciona maior segurança na recarga reduzindo o risco de acidentes. O sistema de manutenção é simples para diminuir o custo com trocas por danos na interface de carregamento.
O módulo traseiro foi redimensionado e reforçado pra receber não só o motor, mas também a bateria.
As baterias deste produto serão de NMC (lítio-níquel-manganês-cobalto), diferentes da maioria das usadas atualmente no mercado que são de LFP (lítio-ferro-fosfato). As baterias de NMC dispõem de uma maior densidade de carga, o que significa menos peso total do veículo e, consequentemente, mais capacidade para transportar passageiros. Uma grande vantagem está no fato de que as baterias serão modulares, facilitando a distribuição de carga, com pacotes de 104 kW. “Daremos a escolha ao cliente de equipar o produto com quatro ou cinco pacotes de baterias. Dessa forma, poderemos configurar as baterias em opções de três pacotes no teto e uma no fundo do ônibus, ou quatro baterias no teto e uma na posição traseira”, diz Gallao.
As baterias serão importadas da Suécia via parceria entre Scania e a Northvolt, que as desenvolvem em conjunto para veículos elétricos, num acordo firmado em 2017, entre as líderes em sustentabilidade. Em 2023, a Scania inaugurou uma nova fábrica de baterias em Södertälje, na Suécia, onde células de bateria são montadas para caminhões e ônibus elétricos pesados.