Terminou nessa sexta-feira, 10 de março, o prazo para os produtores de milho safrinha de Mato Grosso do Sul semearem suas lavouras. Essa data é definida pelo Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC), do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA), publicada no Diário Oficial da União.
Pesquisas realizadas pela Embrapa Agropecuária Oeste revelam que o potencial produtivo de milho safrinha é reduzido quando a semeadura é feita a partir de 1º de março. “A perda no milho safrinha, cultivada de março em diante, é de 1,6 sacas por hectare/dia”, disse o pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste, Danilton Flumignan. Segundo ele, esse problema ocorre em função das redução da radiação solar e das temperaturas mais baixas, que começam a ocorrer no Sul de Mato Grosso do Sul.
Flumignan explica que o milho é uma gramínea com metabolismo C4, que precisa de água, calor e energia solar para se desenvolver plenamente. “Quando o produtor atrasa a semeadura, o milho entra num período do ano que tem menos radiação solar e temperaturas cada vez mais baixas”, destaca Danilton.
Contudo, apesar de sua grande importância, a redução de produtividade não é a razão para que os cultivos não sejam recomendados após 10 de março. Mesmo com produtividade reduzida, a partir de 1º de março, a cultura do milho safrinha ainda pode ser considerada como uma alternativa viável até o dia 10.
“Os riscos climáticos considerados no zoneamento do milho safrinha se referem à água disponível para a cultura e a ocorrência de baixas temperaturas. A limitação do plantio após 10 de março, se deve ao maior risco de ocorrência de geadas que poderão ser observadas na fase crítica (no enchimento de grãos) da cultura. E mais do que reduzir a produção, as geadas podem causar, dependendo de sua intensidade, até mesmo a perda total dos cultivos”, explica o pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste, Éder Comunello.
Saiba mais – O ZARC leva em consideração as informações regionais relacionadas a três componentes: solo, planta e clima. “Trata-se de um instrumento técnico-científico de política agrícola e de gestão de riscos na agricultura, que indica épocas de plantio das culturas nos diferentes tipos de solo e ciclos dos cultivares, para cada município zoneado, de forma a minimizar os riscos de perdas causadas por eventos climáticos”, explica Flumignan.
Ele explica ainda que os trabalhos do ZARC são sempre atualizados, pois trata-se de um produto contínuo e dinâmico e que leva em conta os resultados de pesquisas regionais. As informações do ZARC são levantadas por meio de experimentos realizados localmente e com diferentes níveis de risco, relacionadas a deficiência hídrica, as temperaturas mais frias, as geadas e as outras questões climáticas, como radiação solar.
“Levamos em consideração, a quantidade de água suficiente para o desenvolvimento da lavoura. No caso, de risco de 20%, estamos querendo dizer ao produtor que o risco é de 20% da lavoura não ter a quantidade de água necessária para o desenvolvimento do cultivo”, explica Comunello.
Confira alguns documentos sobre o assunto:
Portarias do zoneamento para MS
Portaria específica para o milho safrinha em MS
Planilha complementar com riscos em diferentes níveis
Christiane Congro Comas Embrapa Agropecuária Oeste
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