Segurança alimentar, mudanças climáticas e sustentabilidade formam uma tríade intensamente debatida por diversos segmentos do setor do agronegócio e o Governo de São Paulo reforçada pelo momento pós-pandemia e pela guerra entre Rússia e Ucrânia, que impactaram diretamente a produção agrícola no mundo.
"A ameaça à segurança alimentar não é consequência apenas do conflito no leste europeu. Estamos em um momento crucial para a agricultura e expostos a uma sobreposição de crises, que coloca o setor no topo da agenda global. Nossos produtores e outros atores relevantes dos sistemas agroalimentares estão na linha de frente e enfrentam riscos crescentes, entre os mais importantes os associados às mudanças climáticas', revela o secretário de Relações Internacionais, Julio Serson.
A Rússia é o maior comprador do amendoim brasileiro, mas em 2022 as vendas para o país despencaram 30,4%.
Contudo, entre janeiro e julho, as exportações de amendoim já movimentaram US$ 178 milhões. Uma alta de 9,5% em relação ao mesmo período de 2021, motivada pelo incremento das relações comerciais com a China.
O amendoim também encabeçou a lista das exportações no comércio bilateral com a Ucrânia, acompanhado de outros produtos como o açúcar de cana, o café e insumos agrícolas. Entretanto, o volume total de exportações para o país também foi abalada. As vendas para a Ucrânia despencaram 69,5% neste ano, para US$ 4,9 milhões. Com isso, a participação do país nas exportações brasileiras caiu de 8,83% (em 2021) para 2,76%. A Ucrânia era o 4º maior comprador do amendoim brasileiro. Agora é o 9º.
"Mesmo com todos esses desafios, São Paulo é o estado brasileiro que mais exporta tanto à Rússia quanto à Ucrânia", reforça o secretário.
São Paulo é o responsável por 1/3 do PIB (Produto Interno Bruto) e 20% de toda a produção agrícola brasileira, sendo responsável por 56% de toda a cana de açúcar nacional e por 76% da produção de laranja no país, que representa 60% da produção mundial deste cítrico. O setor agropecuário ocupa posição de fundamental liderança na pauta das exportações paulistas -- e, portanto, brasileiras -- aos países diretamente envolvidos no conflito.
Neste contexto, o secretário de Agricultura e Abastecimento, Francisco Matturro aponta que em 2021, os produtos e insumos agropecuários representaram cerca de 75% dos U$ 403 milhões exportados por São Paulo à Rússia.
"O amendoim paulista, cuja compra russa ao longo do ano passado chegou a U$130 milhões, foi o principal produto negociado nestas transações", afirma.
São Paulo responde por mais de 90% da produção nacional e por 99,4% das exportações brasileiras de amendoim. Entre janeiro e julho, as exportações de amendoim já movimentaram US$ 178 milhões. Uma alta de 9,5% em relação ao mesmo período de 2021, motivada pelo incremento das relações comerciais com a China.
De acordo com as projeções da Conab -- Companhia Nacional de Abastecimento, a safra brasileira de amendoim deve crescer 25,1% no ciclo 21/22 e atingir 746,8 mil toneladas.
Em resumo, o agro paulista, foi responsável por mais de 20% do valor total das exportações brasileiras à Ucrânia e cerca de 18% do valor exportado pelo Brasil à Rússia.
Foto: Ewerton Alves/Divulgação