Candidato a deputado estadual, Pedrossian Neto fala sobre suas propostas de políticas públicas para o desenvolvimento do MS

Candidato a deputado estadual,

Formado em economia pela PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) e mestre em economia pela mesma instituição, Pedro Pedrossian Neto é candidato a deputado estadual e mostra que o sangue político corre em suas veias ao seguir os passos de seu avô, ex-governador Pedro Pedrossian.

Pedrossian Neto nunca disputou eleição, mas adquiriu experiência ao atuar como Secretário-Adjunto da antiga Seprotur (Secretaria de Desenvolvimento Agrário, da Produção de Mato Grosso do Sul), em 2014, ao lado da ex-ministra e deputada federal Tereza Cristina, e como Secretário de Finanças e Planejamento durante a gestão do ex-prefeito Marquinhos Trad em Campo Grande.

Com intuito de propor políticas públicas pautadas no desenvolvimento do Estado, o Canal da Cana entrevista Pedrossian Neto que quer ocupar uma vaga na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS).

Canal da Cana - Vamos falar do seu avô Pedro Pedrossian. Qual foi o grande legado, que na sua opinião, ele deixou para Mato Grosso do Sul?

Pedrossian Neto - Vou usar as próprias respostas dele para responder. Muitas pessoas perguntavam qual foi o grande legado dele, teria sido Parque dos Poderes, Parque das Nações Indígenas, o Hospital Regional, o Maria Aparecida Pedrossian, a saída de Campo Grande, o Abaporé, o Guaráporã, não, nada disso. A minha grande obra chama-se universidade e eu fiz três universidades, a Federal de Campo Grande, que nasceu estadual e depois foi federalizada; a Federal de Cuiabá, que sofreu o mesmo processo; e, quando todo mundo achava que era impossível de levar universidade pública de qualidade até para o interior, nas pequenas cidades de Mato Grosso do Sul eu lancei uma UEMS espalhada em 15 campus do interior de MS, e isso na primeira metade da década de 90.

Então, quando perguntado qual foi meu grande legado, eu digo universidade, o resto é resto. Palavras dele!

Canal da Cana - Por que você decidiu concorrer a uma vaga no legislativo sul-mato-grossense?

Pedrossian Neto - Eu na realidade me preparei a vida toda para estar aqui. Eu, desde criança, sempre tive a consciência de que um dia eu ia fazer alguma coisa assim, porque eu ia seguir os passos do meu avô. Eu saí muito pequeno de Campo Grande. Eu tinha 13 anos. Eu fui para São Paulo sem os meus pais. Meus pais ficaram aqui e fui morar na casa de uma tia e voltei com 33 anos. Sendo que dos 13 aos 33, eu fiquei em São Paulo. Por que eu fiz isso? Porque eu queria me preparar, porque eu queria voltar para o meu Estado com bagagem suficiente. E aí, em São Paulo, cheguei à vida adulta. Eu passei no vestibular na PUC de São Paulo e fiz um mestrado em Economia Política. Eu comecei minha carreira lecionando como professor universitário, aos 27 anos, na PUC, em São Paulo. Durante cinco anos, eu dei aula. Eu tive aí antes, antes, até no ensino médio. Eu morei um ano em Nova York, eu estudei lá, terminei o High School, o ensino médio. Eu trabalhei também na área internacional da Fiesp, na Federação das Indústrias de São Paulo. Durante cinco anos coordenei a área de economia internacional.

Tive a oportunidade de sair para fora do Brasil, fui para a Europa, fui para o Norte da África, para a Índia, fui para Suíça, para a missão permanente do Brasil em Genebra, acompanhando as negociações da Organização Mundial do Comércio na chamada Rodada Doha para a liberalização do comércio internacional e, muito também, por conta do comércio agrícola. E quando eu voltei para o meu Estado, eu fui ser secretário de Desenvolvimento Econômico Adjunto em 2014 e nos últimos cinco anos eu fui secretário de Finanças da Capital. Essa trajetória toda sempre teve como meta ter algum tipo de contribuição na coisa pública. Eu sempre quis dar uma contribuição. Qual seria essa contribuição? Eu não sabia e em outras ocasiões eu cheguei até a sonhar em ser candidato. Pensei em ser vereador e decidi não ir para a frente por quê? Porque não estava maduro nesse ano de 2002, absolutamente maduro. Eu estou pronto para isso e agora eu quero pegar essa experiência que eu tive no Executivo, como secretário de Finanças, com essa bagagem, essa visão e poder levar esse modelo de gestão para todo o estado do Mato Grosso do Sul.

Canal da Cana - Caso eleito, quais seriam as primeiras medidas?

Pedrossian Neto - No Legislativo, diferentemente do Executivo, a gente apresenta projetos de lei, certo, e no Executivo você tem a obrigação do Governo para você apresentar medidas imediatamente. No caso do Legislativo, eu acho um trabalho um pouco diferente, nós temos, aí eu acho que nós deveríamos ter menos medidas e mais diretrizes no mandato, duas diretrizes de mandato: de um lado nós temos que tratar do desenvolvimento econômico e do outro do desenvolvimento social.

Na agenda do desenvolvimento econômico, nós precisamos fazer a democratização das oportunidades no nosso Estado e fazer com que a gente possa continuar a crescer de maneira a difundir o progresso para todos os estratos sociais e para todas as cidades. Então, nós temos que olhar o desenvolvimento não apenas das grandes cidades, mas também e sobretudo das cidades do interior. O Mato Grosso do Sul é muito heterogêneo, têm cidades de Campo Grande que tem 913 mil habitantes, mas que está aproximando do 1 milhão de habitantes e, ao mesmo tempo, Pedro Gomes que tem 7.666 pessoas.

Então, quando você olha para esse Estado, você tem que olhar para Campo Grande e para Pedro Gomes, para Miranda, para Tacuru, para cidades pequenas e médias. Então acho que temos que regionalizar o desenvolvimento e democratizar as oportunidades. Mato Grosso do Sul é conhecido por ser um celeiro de grãos, temos que investir nisso e torná-lo um setor de oportunidades.

Temos que reformular alguns incentivos, alguns instrumentos que nós temos para esse desenvolvimento, sendo um deles o incentivo fiscal, porque a forma como tem sido entregue, tem sido dada apenas para os grandes e de forma que o médio, o pequeno e o micro têm ficado de fora, então nós temos que democratizar. Não são favores para o pequeno, nós temos que estender a eles o mesmo tratamento que são dados para os grandes grupos do nosso Estado. Tem que ser para a indústria mas também para o comércio e para o serviço, temos que pegar o agronegócio e apostar nele, na integração da lavoura, pecuária, florestas, trabalhar na intensificação da atividade pecuária, na tecnificação e intensificação do campo, retomar alguns programas com bastante sucesso na agricultura familiar como o Leite Forte, o Peixe Vida, o Leitão Ouro, o Fronteiras do Futuro, o próprio Novilho Precoce que foi reformulado e tornou-se tão burocrático e complicado que tem afastado a maioria dos produtores porque a maioria não consegue se enquadrar. Temos que ter uma renda de desenvolvimento econômico que faça com que o Estado cresça, gere emprego, renda e oportunidades para as pessoas e o grande desenvolvimento social chama-se crescimento econômico com carteira assinada.

De outro lado, nós temos que ter uma renda de desenvolvimento social forte, porque mesmo se resolvêssemos o problema econômico, o segmento da sociedade não consegue acessar, por exemplo, os idosos. O idoso já está, por definição, fora do mercado de trabalho, ele é a força inativa de trabalho, o inativo. Então, mesmo que possa melhorar os salários do setor privado, crescimento etc., o idoso não acessa isso, então temos que ter política de fortalecimento de valorização do idoso. Temos que pegar alguns segmentos que estão excluídos, como o pessoal das comunidades de favelas, temos que estender a mão do Estado para esse pessoal. Meu avô, quando teve oportunidade de fazer programa habitacional, fez a Moreninha, o Aero Rancho, o Coophavilla, o Estrela do Sul, o Maria Aparecida Pedrossian.

E eu acho que a gente precisa de projetos de grande envergadura para que o Estado possa estender a mão para aquele mais pequenino, para o homem que está lá embaixo, no estrato da cadeia social. Nós temos alguns segmentos que nós precisamos fortalecer também. Pega, por exemplo, as pessoas com deficiência. Mas não adianta. Você pode resolver o problema econômico, mas as pessoas com deficiência não vão acessar isso se nós não tivermos políticas públicas específicas. Nós temos que ter uma bandeira de desenvolvimento para fazer com que a universidade não seja uma utopia como ela é para o jovem hoje. Então, hoje o jovem tem dificuldade para entrar dentro da universidade. É um sonho muito distante entrar para a universidade pública. No interior, por exemplo, praticamente impossível, porque você tem a UEMS, que só está em 15 campus. Ela está do mesmo tamanho que o meu avô deixou quando ele fez 15 campus para o Estado, em 1990, e era suficiente. Hoje, o Estado tem 79 cidades. Então, o Estado precisa dobrar o tamanho da UEMS. A gente precisa ter essa ambição. A gente precisa fazer uma política na ciência social mais robusta. Tem diversos segmentos de fragilidade e, sobretudo, e principalmente, nós temos que ter um investimento mais robusto na saúde.

Eu quero ser um deputado estadual que vai cobrar investimentos do governo na área da saúde, porque o governo do Estado é um dos que menos investe em saúde do Brasil. Se você pega os dados no Portal da Transparência, o governo do Estado do Mato Grosso do Sul investe apenas 14% do seu orçamento em saúde. Eu fui secretário de Finanças aqui na Capital e nós colocamos o orçamento em 30%, sabendo que é obrigação constitucional para os municípios os 15%. É dizer que nós colocamos o dobro da obrigação constitucional. Se nós pegarmos o orçamento da Sesau, que é a Secretaria de Saúde Pública de Campo Grande, você vai verificar que o nosso orçamento praticamente rivaliza com o orçamento da Secretaria de Estado de Saúde. Uma Capital praticamente rivaliza com o orçamento do Estado em saúde. Então, são problemas que nós precisamos tratar, que eu gostaria de, no exercício desse mandato, ser um dos parlamentares que vão fomentar esse debate. O parlamentar, diferentemente do Executivo, na minha visão, o grande papel do parlamentar é fiscalizar e cobrar ação do Executivo. Não necessariamente as leis, algumas precisam ser modificadas. Mas o país já possui muitas leis, já possui muita regulamentação. O que compete neste momento é fazê-las serem cumpridas.

Pedrossian Neto

Canal da Cana - É fato que Mato Grosso do Sul tem no agronegócio uma de suas maiores forças econômicas. Sendo mestre em economia, quais serão suas propostas para incentivar, ainda mais, o crescimento deste setor no Estado?

Pedrossian Neto - Olha, o agro precisa ser fomentado. É a nossa principal vertente de crescimento. Nós ainda temos um potencial muito grande da entrada do agronegócio na ocupação do nosso Estado, na ocupação do solo. Mato Grosso do Sul tem 37,5 milhões de hectares. E um Estado tão grande territorialmente que se ele fosse um país, ele seria exatamente do tamanho da Alemanha. Se ele fosse um país, caberiam três Portugal dentro do Mato Grosso do Sul. Então, o que nós temos em abundância é terra e nós temos que utilizar essa nossa terra com a melhor vocação possível. Então, de um lado, o que está acontecendo é uma mudança da ocupação do solo para uma atividade pecuária de baixa produtividade, para a entrada das lavouras, para a integração lavoura, pecuária e floresta. Com essa entrada, você tem uma unificação maior do campo. Você tem uma intensificação do uso do solo, você tem uma maior utilização de capital na atividade agropecuária e você tem, na realidade, uma profissionalização do campo e do homem do campo. Esse é um processo que tem ocorrido rapidamente. Algumas cidades, de acordo com sua condição de solo, com sua condição climática, têm feito isso mais rapidamente do que outras, mas outras também estão intensificando suas outras vocações. Então, por exemplo, você tem o surgimento do eucalipto e todos esses investimentos significativos que estão ocorrendo lá em Três Lagoas, em Ribas do Rio Pardo. Agora nós temos um investimento grande em Inocência, que, por exemplo, você pega Ribas do Rio Pardo, que é uma cidade cuja região tem solos arenosos, solos mais fracos, que não entram na atividade de lavoura e tem uma dificuldade para a pecuária, mas ela encontrou a sua vocação que é o eucalipto e a produção da celulose.

Então, eu acho que o Mato Grosso do Sul aos poucos está encontrando esses caminhos. Eu acho que isso, por exemplo, no caso da cana. Nós temos que intensificar a produção da cana do sucroalcooleiro. E um combustível verde e um combustível do futuro. Nós temos que intensificar não apenas a lavoura, mas a parte industrial, que é a industrialização. Então, nós precisamos de incentivos fiscais que possam dar segurança jurídica para o investidor, para que ele possa continuar avançando nesse tipo de investimento. Nós precisamos de soluções logísticas, por exemplo, do passado. Você pega essa concessão que nós temos aqui a ferrovia que está parada. Então, eu acho que esse é um grande crime que nós temos hoje aqui no Mato Grosso do Sul, que é ter uma ferrovia que ela é de, salvo engano, 1914 e nós estamos um século depois do advento dessa ferrovia, temos uma ferrovia parada. O Mato Grosso do Sul está no centro da América Latina geograficamente e para que nós cheguemos até o porto, são 1500 quilômetros, aproximadamente. Isso não pode acontecer. Não pode rodar pela via rodoviária. Você pega um caminhão lotado de etanol, carregado daqui até o Porto de Santos ou até um centro consumidor em São Paulo. Isso representa um grande risco para as pessoas, para o caminhoneiro, para a sociedade como um todo e, fora, que é um custo logístico muito grande.

Então nós temos que investir na ferrovia. Nós temos que reativar a ferrovia e encontrar outros braços ferroviários. Nós temos que investir em tancagem. No passado, existe um projeto que é muito interessante da Logum Logística, que era uma joint venture da Petrobras, da Camargo Corrêa, Odebrecht, que virou depois de outros grupos que eram ligados a produção sucroalcooleira da Cosan. Ela fazia o alcoolduto, que é isso? Ao invés de ser transportado nem pelo modal ferroviário, nem pelo rodoviário, você fazia um duto enterrado na terra que você coloca o etanol num ponto e você vai retirar em outro. Então, esse tipo de solução logística que estava sendo colocado lá em 2009 foi abandonado. Mas era um projeto muito interessante, que tinha toda utilização no interior do Estado de São Paulo, mas com a ideia de também fazer uma parte para o Mato Grosso do Sul. Uma tancagem expressiva, só vingando em Presidente Epitácio, para que a gente pudesse utilizar também a hidrovia. Então, essas soluções logísticas precisam ser reativadas e nós precisamos ter uma política específica para a cana, para o setor sucroenergético e até mesmo para a geração de energia. Porque não é só a produção do biocombustível para a produção do etanol de milho. Você tem o chamado retrofit e você tem também a cogeração com a queima do bagaço para geração de energia elétrica. Então, tem toda uma vertente ainda a ser desenvolvida no Mato Grosso do Sul.

Canal da Cana - O Brasil é o maior produtor global de cana-de-açúcar e a indústria sucroenergética representa a maior massa salarial do setor em Mato Grosso do Sul. Quais são seus projetos e ações para atrair as empresas de açúcar e etanol para o Estado?

Pedrossian Neto - Tudo passa pela discussão sobre de um lado o incentivo fiscal e de outro o financiamento. Nós temos um recurso muito importante que é o Fundo Constitucional do Centro-Oeste ou nós temos que fazer uma parceria muito grande com o BNDES, que o BNDES tem condição de ajudar não apenas na parte do financiamento, mas também na parte do investimento, porque tem um braço chamado BNDESPAR, que é um braço de participações que ele pode ajudar a estruturar um capital que se torna sócio temporário de alguns empreendimentos. E nós temos que ter segurança jurídica de um lado, por exemplo, para o produtor rural. Isso, nós precisamos ter segurança jurídica pela terra. Nós não podemos deixar ter invasão de terra. Nós temos que cuidar da questão ambiental, porque nós temos que preservar o meio ambiente, mas sem criminalizar o produtor rural. Nós dispomos hoje de instrumentos para que a gente possa fazer a preservação e, ao mesmo tempo, fazer com que as duas coisas possam andar de maneira equilibrada. Então, são debates importantes que eu acho que nós temos que fazer no Mato Grosso do Sul.

Canal da Cana - Na Assembleia Legislativa de São Paulo foi implementada a Frente Parlamentar de Fomento ao Desenvolvimento Sustentável das Regiões Produtoras de Cana-de-Açúcar. Já na Assembleia Legislativa do MS não há comissão ou frente para atender os interesses do setor. Como deputado estadual, você pretende propor a criação de uma comissão para atender o setor sucroenergético no Estado?

Pedrossian Neto - Eu acho que é uma boa ideia. A gente poderia estudar uma criação dessa linha. Podemos fomentar esse debate, sim. Todo o interesse eu acho que é um negócio muito bacana.

Canal da Cana - O Estado do MS vive um processo de retomada da malha ferroviária que vai movimentar suas cadeias produtos. Com a experiência adquirida na antiga Seprotur, quais serão os investimentos necessários para melhorar a malha ferroviária?

Pedrossian Neto - Como eu te disse antes, a gente falava de criação de novas ferrovias, que é fundamental que novas malhas, tem uma baita de uma ferrovia aí que está parada. Então eu acho que é papel do Parlamento cobrar o Executivo para que ele possa encontrar soluções. Tem um novo marco regulatório do setor ferroviário que foi criado, que tornou mais fácil os investimentos. Nós temos que ter uma concessão federal. Então, nós temos que cobrar o Executivo estadual para que ele possa fazer as diligências necessárias para a retomada dessa concessão, fazer uma nova licitação. Nós temos que atrair um novo parceiro privado, que vai fazer os investimentos nessa ferrovia e fazê-la funcionar.

Canal da Cana - Não podemos falar de agronegócio, cana-de-açúcar, sem pensar na proteção do meio ambiente, não é mesmo? Caso eleito deputado estadual, você tem algumas iniciativas voltadas para fomentar o desenvolvimento sustentável em Mato Grosso do Sul?

Pedrossian Neto - É fundamental a questão ambiental, não existe mais a discussão hoje do agronegócio sem o meio ambiente, as duas coisas andam juntos. Eu acho que é um debate mal colocado no Brasil. Quando você acha que assim o avanço do agronegócio implica a destruição do meio ambiente ou vamos produzir, vamos fomentar o meio ambiente e isso implicaria a destruição do agronegócio, como se fosse uma dicotomia entre as duas coisas. Eu não acho que é uma dicotomia. Eu acho que está provado, por exemplo, no Mato Grosso do Sul, que nós podemos fazer a coexistência pacífica entre as duas coisas, preservando o estado terminal e preservando o meio ambiente, respeitando a legislação. Nós temos uma política, um negócio florestal, com o novo Código Florestal, que é uma inovação em termos mundiais. Acho que o Brasil sai na frente até mesmo de outros países e nós temos que fazer cumprir sem exageros, sem criminalizar o produtor rural e nem tão pouco fugir do debate que é necessário para a proteção do meio ambiente.

Canal da Cana - Como deputado estadual, quais são seus projetos para o investimento em pesquisa e tecnologia no campo e na cidade?

Pedrossian Neto - Olha, não existe produção no campo sem assistência técnica e extensão rural. Da experiência que eu tive é que nós precisamos pegar uma Agraer e fazer com que a Agraer possa crescer de tamanho. Nós precisamos dotá-la com mais infraestrutura. Tem que colocar mais pessoal. Nós temos que ter mais viaturas e nós temos que fazer parcerias com essas fundações de ensino e de pesquisa, porque você tem a extensão rural de um lado, para que o conhecimento científico possa chegar no produtor rural, seja ele grande, seja ele médio, seja ele pequeno. E, principalmente, fazer uma agenda na agricultura familiar com essa assistência técnica e, de outro lado, sempre tem que ter ensino e pesquisa. Então você tem, por exemplo, a Fundação Chapadão, que estuda as variedades de soja que se dão melhor no território de Chapada. Olhando o clima de chapada, olhando o solo de Chapadão, olhando as condições daqueles que não há saída. Quer dizer assim, a fundação de pesquisa ajuda você a entender a realidade daquela, daquela cultura, daquele local. A própria Embrapa também faz isso com parcerias para que nós possamos gerar o conhecimento agronômico aplicado, porque não é um conhecimento geral do Brasil, é um conhecimento aplicado às condições micro das microrregiões do Mato Grosso do Sul, e aí difundi-las em todo o Estado.


Ketlen da Silva-Canal da Cana


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